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Mercedes troca dance por funk carioca para ser popular. Opine

A Mercedes quer perder o estilo "tiozão". Usar funk para vender carro de R$ 100 mil é a saída? - Divulgação
A Mercedes quer perder o estilo "tiozão". Usar funk para vender carro de R$ 100 mil é a saída? Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/04/2013 17h20Atualizada em 05/04/2013 16h43

A Mercedes-Benz acaba de lançar no Brasil a nova geração do Classe A (veja detalhes e preços na reportagem de UOL Carros). O carro deixou de ser um monovolume de mamãe e agora é um hatch invocado, projetado para atrair novos compradores e rejuvenescer a marca.

Mais: o Classe A nasce para ser o carro mais popular da marca no país. A começar pela primeira propaganda, feita pela Agência Tesla e embalada pelo funk carioca "Passinho do Volante", aquele da sequência onomatopaica "Lelek, lek, lek, lek, tchum, tchum, tcha, tcha".

Fontes ligadas ao mercado publicitário ouvidas por UOL Carros apontam que o vídeo foi o assunto do dia nas agências do país e da Europa. Outras fontes garantem, ainda, que houve um efeito colateral e que a repercussão dos alemães foi ruim -- está é, por exemplo, a leitura do Mundo Marketing, veículo especializado no setor.

Em resposta à publicação do Mundo Marketing, a Mercedes-Benz do Brasil emitiu nota oficial negando que "tenha ocorrido alguma crítica com relação ao vídeo viral 'Mercedes-Benz Classe A Lek Lek Lek' por parte de sua matriz na Alemanha", afirmando ainda que o material todo está alinhado com a política global da marca.

A questão é: isso funciona? Você, que sempre sonhou em trocar o sedã médio de tiozão pela carteirinha do clube premium com um carro descolado e luxuoso, gostou? A marca alemã realmente quer alguém andando por aí de Classe A com suspensão rebaixada, rodão, vidros abertos e corneta soando no talo? Ou será que a ideia é surfar na mesma onda do sucesso sobre rodas do "Camaro Amarelo"? O hit sertanejo não foi bolado pela GM, mas ajudou a alavancar o esportivo no Brasil.

UOL Carros quer saber sua opinião é preparou uma enquete para isso.

QUAL CLASSE
O desejo expresso da marca é transformar a peça num viral e quebrar o estigma de que a Mercedes só faz "carro de tiozão", como o site parceiro Carsale revelou. Mas a pergunta que fica é: custar R$ 99.900 é ser popular? Mais: uma marca de luxo é, automaticamente, mais jovem e mais popular só por ter ouvido funk e gostado?

No canal oficial da Mercedes no Youtube, as opiniões se dividem: mais de 100 mil internautas já viram e ouviram a nova batida do Classe A; o total de "likes" e "dislikes" se equipara.

Corta para a Europa: lá, a premissa do Classe A é a mesma e o comercial, idem: carro sendo torcido, pista molhada, cores vibrantes. Mas ouça a trilha da propaganda "Pulse": é um eletro-dance típico do Velho Continente.

É bom lembrar que, mesmo lá, a Mercedes é uma marca premium -- apesar de fornecer, sim, Classe E para taxistas. E que há o agravante da crise econômica reduzindo o poder de compra de todos, velhos e jovens clientes. Assim, o Classe A é um carro realmente mais em conta, partindo de 28 mil euros (menos de R$ 73 mil), considerando toda a tecnologia embarcada. Em conta, mas sem perder a "aura" premium.

Que outro exemplo? No comercial "Performance", o piloto alemão de Fórmula 1 Nico Rosberg, aquele que superou Michael Schumacher em resultados na equipe Mercedes F1, assume o volante do hatch. De novo, imagens fortes, mas com todo o glamour da F1 a reboque.

Qual das campanhas representa de fato a Mercedes?

É bom lembrar que à brasileira ou à europeia, o estilo da Mercedes realmente mudou com o Classe A. Veja a diferença para outro vídeo recentem, o do Classe E Cabriolet reestilizado. Quase dá sono.

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