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Peugeot 208, belo, é "carro da virada"; principal versão custa R$ 45.990

Peugeot 208 na versão Allure: carro tem a dura "missão institucional" de reanimar a marca no Brasil - José Mário Dias/Divulgação
Peugeot 208 na versão Allure: carro tem a dura "missão institucional" de reanimar a marca no Brasil Imagem: José Mário Dias/Divulgação

Claudio Luís de Souza

Do UOL, em Armação dos Búzios (RJ)

20/03/2013 09h59Atualizada em 20/03/2013 23h41

Anotem aí: 13 de abril de 2013 é uma data histórica. Pelo menos para a Peugeot do Brasil. Neste dia começam as entregas no país do 208, novo compacto global da marca, lançado menos de um ano atrás na Europa e, por lá, já líder de vendas em seu segmento (denominado "subcompacto"). Entre nós, o modelo tem a missão de emplacar cerca de 2.500 unidades por mês e tornar-se o carro mais vendido da Peugeot local -- superando inclusive o bem conhecido 207, opção de entrada e "barata".

O 208 está sendo apresentado à imprensa automotiva nesta semana, em Búzios, litoral do Rio de Janeiro. A fábrica da PSA Peugeot Citroën onde ele é produzido (em conjunto com a nova geração do C3, seu irmão de plataforma) fica em terras fluminenses, mais exatamente em Porto Real. É a única a fazê-lo fora da Europa, onde o 208 tem linhas na França e na Eslováquia.

A fabricante divulgou os preços oficiais do 208, válidos de agora (para encomendas) e até o final de abril -- eles incluem, portanto, a recomposição parcial do IPI prevista para o início do mês. São eles, seguidos de resumo dos equipamentos:

208 Active 1.5 -- R$ 39.990
O pacote básico inclui ar-condicionado, direção com assistência elétrica, airbags frontais, freios com ABS (antitravamento) e REF (repartição de força da frenagem, o mesmo que EBD) e vidros dianteiros elétricos. Há ainda computador de bordo e chave-canivete. As rodas são de aço com calotas e não há faróis de neblina (mas as lanternas têm LEDs).

208 Allure 1.5 -- R$ 45.990
Esta é a configuração que deve responder por 50% das vendas do modelo, segundo a Peugeot. O pacote inclui as duas assinaturas do 208: teto panorâmico (fixo, de vidro) e central multimídia (áudio, Bluetooth e navegação por GPS) com tela de 7 polegadas, além de retrovisores externos elétricos, luzes de neblina, rodas de liga leve diamantadas de aro 15, couro e comandos no volante e alguns detalhes cromados.

208 Griffe 1.6 M/T -- R$ 50.690
O motor maior e mais moderno, rodas de aro 16, sensores de chuva, de luz e de auxílio a estacionamento, piloto automático, alarme, vidros elétricos também traseiros (e com antiesmagamento à frente) e o ar-condicionado digital com duas zonas de resfriamento recheiam esta versão e engordam seu preço.

208 Griffe 1.6 A/T -- R$ 54.690
Inclui transmissão automática de quatro marchas com trocas sequenciais em aletas atrás do volante.

O motor de 1,5 litro foi construído a partir do veterano propulsor de 1,4 litro e oito válvulas da PSA, que ainda hoje anima o 207. Ele é bicombustível e entrega 93/89 cavalos de potência a 5.500 rpm e 14,2/13,3 kgfm de torque a 3.000 rpm (etanol/gasolina). Segundo a fabricante, cerca de 80% do torque já estão disponíveis a 2.000 rpm. O câmbio é sempre manual de cinco velocidades.

Já o propulsor de 1,6 é o EC5, de 16 válvulas e partida a frio que dispensa o tanquinho de gasolina, presente no hatch médio 308. Ele gera 122/115 cv a 5.800/6.000 rpm, com torque de 16,4/15,5 kgfm a 4.000. Os dados são da fabricante. O Peugeot 208 tem garantia total de três anos; a marca promete preços especiais de seguro e baixo custo de reparação.


MARCANDO ÉPOCA
Executivos da Peugeot reunidos em Búzios trataram o 208 como um ponto de virada na história da marca no Brasil, tão importante quanto o lançamento do 206 -- modelo que, na opinião de UOL Carros, ensinou ao mercado local que um carro pode ser "barato" e bonito ao mesmo tempo.

"O 208 é um momento único para a Peugeot", disse Carlos Gomes, chefão do grupo para a América Latina. "Foram R$ 800 milhões de investimentos, dentro do pacote de R$ 3,7 bilhões aplicados no Brasil, com 780 pessoas envolvidas no projeto", descreveu. Já Frédéric Drouin, diretor-geral da Peugeot no Brasil, foi mais longe: "O 208 é o símbolo da virada da marca em 2013", afirmou. "E ele não se resume a um visual deslumbrante".

Aliás, essa é uma questão crucial quando se fala do 208. A cara dele é conhecida no Brasil desde seu lançamento na Europa e, "pessoalmente" para o entusiasta automotivo, desde o Salão de São Paulo de 2012. Mas poder observá-lo com mais tempo e intimidade, e contextualizado no trânsito urbano e rodoviário, é outra história. O carro é muito, mas muito bonito -- é a culminação do estilo "felino" da Peugeot, com toques extras de status (afinal, ele busca elementos de estilo nos maiores 408 e 508) e de esportividade (linhas esculpidas nas laterais, capô com ressalto, grade expressiva). E, ao contrário do "primo" Citroën C3 e mesmo do 206/207, o 208 é agressivamente masculino.


Ele também é, possivelmente, o carro de visual mais impactante entre os rivais escalados pela Peugeot: Hyundai HB20 e Chevrolet Onix em suas configurações mais caras; Chevrolet Sonic hatch; Fiat Punto; Ford New Fiesta; o próprio C3; Volkswagen Polo (este, esquecido pela fabricante e de vendas mínimas, é carta quase fora do baralho); e até mesmo o Honda Fit em suas versões de entrada.

Mas tanta beleza será capaz de chacoalhar a Peugeot, que fechou 2012 num frágil 11º lugar em emplacamentos (carros de passeio e utilitários), com apenas 1,98% de participação no mercado? O ponto de partida é o mesmo, pois na primeira quinzena de março, sempre segundo dados da Fenabrave, a marca francesa mantinha-se no mesmo lugar, mas com fatia menor, de 1,62% das vendas gerais no Brasil.


Viagem a convite da Peugeot