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Chevrolet Prisma 1.0 LT compensa motor fraco com bom recheio

Pacote de entrada bastante completo, vendido a R$ 34.990, pode seduzir clientes que não têm pé pesado - Murilo Góes/UOL
Pacote de entrada bastante completo, vendido a R$ 34.990, pode seduzir clientes que não têm pé pesado Imagem: Murilo Góes/UOL

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/03/2013 16h53

Lançado no final de fevereiro, o novo Chevrolet Prisma já está nos distribuidores da marca. O preço do sedã começa em R$ 34.990. Ele oferece, de série, desde a versão de entrada (a LT com motor 1.0; o Onix tem a mais básica ainda LS), direção hidráulica, freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuição da força da frenagem), airbag duplo, sensor de estacionamento, coluna de direção com ajuste de altura, acendimento das luzes após o destravamento das portas e travamento automático das portas aos 15 km/h, chave canivete com abertura remota do porta-malas, banco do motorista regulável em altura, vidros elétricos dianteiros, alarme e protetor de cárter, além de para-choques na cor da carroceria e rodas de 14 polegadas (cobertas por calotas).

É, de fato, um pacote recheado, e o grande apelo do carro -- por isso o texto começou com sua descrição. E ainda mais se comparado ao recheio do Hyundai HB20S 1.0, que tem quase o mesmo nível de equipamentos, mas custa R$ 4.500 a mais. O sedã da Chevrolet ainda oferece 50 litros a mais de capacidade do porta-malas -- mas dois anos menos de garantia. Agora, esqueça um pouco a comparação com o rival coreano. Afinal, o Prisma vale esses quase R$ 35 mil?

Vale, se você não tiver costume de pegar estrada e só usar o carro para ir ao trabalho ou à feira e ao shopping nos finais de semana. Caso rodovias ou viagens sejam caminhos rotineiros do seu dia-a-dia, o Prisma com motor 1.4 será mais do seu agrado.

O carro testado veio equipado com ar-condicionado e MyLink (juntos, eles custam R$ 3.500 extras). Caso você opte apenas pelo ar, o valor adicional é de R$ 2.200 (o MyLink custa R$ 1.300; não há desconto se levar os dois). A pintura metálica adiciona R$ 1.000 ao valor final do carro. São só cinco opções de cores: branco, preto, vermelho (sólidas), prata e cinza. 

INTERIOR SUPERIOR
Esqueça o sofrível interior de Celta, que tinha volante torto e era repleto de plástico de má qualidade. Assim como a plataforma do antigo Prisma ficou no passado (agora é a GSV, da "nova" Chevrolet), o novo Prisma derivado do Onix chega a 2013 com acabamento refinado, bonito e bem ajustado -- a ponto de afirmarmos que já é a referência do segmento, junto com o HB20S.

Apesar disso, há falhas ergonômicas, como os puxadores das portas mais recuados e os vãos no console central (que envolvem o rádio), que não têm função nem espaço para carregar uma carteira, por exemplo. A posição de dirigir é igual á do 1.4: mais alta que o ideal, mesmo quando o banco está na altura mínima permitida pela regulagem.

O sistema MyLink que equipava o Prisma avaliado é intuitivo, apesar de confuso num primeiro contato. O GPS só funciona caso você tenha um aplicativo compatível com o sistema (BringGo) no seu celular, assim como os novos aplicativos TuneIn (que permite aos usuários sintonizarem, pela internet do celular, mais de 70 mil estações de rádio em todo o mundo) e Stitcher (que fornece aos passageiros, também pela internet, podcasts de vários canais de comunicação).

O espaço traseiro é ótimo para duas pessoas e razoável para três, já que o passageiro do meio perde o apoio de cabeça e tem de usar cinto sub-abdominal. No geral, um interior que agrada tanto quanto o da versão 1.4 -- não há diferenças aparentes entre um e outro.

CONJUNTO
Suspensões (McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira) e freios (a disco sólido na frente e a tambor atrás) do Prisma 1.0 são os mesmos utilizados pelo 1.4, mas com suas devidas calibrações. Há pancadas secas nos amortecedores, naturais num carro popular. No geral, a suspensão é macia e bem calibrada.

O motor SPE/4 1.0 é uma evolução do antigo VHC, que depois virou VHCE. Ele rende 80 cv e 9,8 kgfm de torque com etanol e 78 cv e 9,5 kgfm com gasolina. São quase os mesmos números que o motor de 1 litro e três cilindros do HB20 sedã. 

Só que, apesar dos valores parecidos, o motor da GM é diferente do rival coreano. Ele tem menos força, principalmente em subidas e em situações que exigem rotações altas, e parece despertar mais tarde que o do HB20S. O câmbio manual de cinco marchas é bem escalonado e tem trocas precisas.

Na cidade, o Prisma fez 9,8 km/litro de etanol. Esse número subiu para 11,1 km/l na estrada (o ar-condicionado estava ligado nos dois momentos). São medidas de razoáveis para boas em um carro 1.0.

OPÇÃO RACIONAL
Prisma e HB20S já superaram -- em qualidade, equipamentos e desenho -- concorrentes renomados e que vendem bem, como Volkswagen Voyage e Fiat Grand Siena. Caso sua procura seja por um carro desse porte, o Chevrolet com motor 1.0 é uma boa escolha, mas só para quem roda com o carro na cidade. Se for comprar, lembre que MyLink e ar-condicionado valem os R$ 3.500 que custam. Se você não gostar do Chevrolet, dê uma volta com o compacto da Hyundai. São as duas melhores opções do mercado.