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Importador da Kia traz chinesa Geely ao Brasil com carro de R$ 35 mil

O hatch Geely LC tem motor "mil", visual assumido de panda e pode custar R$ 35 mil - Divulgação
O hatch Geely LC tem motor "mil", visual assumido de panda e pode custar R$ 35 mil Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo (SP)

20/02/2013 11h07

O empresário José Luiz Gandini, presidente da Gandini Participações e Representações e importador oficial da coreana Kia Motors, anunciou nesta quarta-feira (20) que trará também a chinesa Geely Motors ao Brasil.

De acordo com comunicado oficial, a Geely Motors do Brasil começará sua operação no país em agosto, com importação de dois modelos: o hatch compacto LC, com motor de 1 litro, e o sedã EC7, com motor de 1,8 litro e opção de câmbio manual ou CVT. A empresa será comandada por Ivan Fonseca e Silva, ex-Ford, Aston Martin e Jaguar.

"Embora os preços ao consumidor ainda não estejam definidos, pretendemos lançar o sedã por cerca de R$ 55 mil e o hatch em torno de R$ 35 mil", diz Fonseca.

Esta é a segunda vez em que a Geely relata sua entrada no país. A primeira tentativa ocorreu em 2011, mas foi abortada após o endurecimento do IPI para carros importados feito pelo governo. Segundo Gandini, o projeto tornou-se viável agora pela criação de uma linha de produção da Geely em Montevidéu, no Uruguai, onde os dois carros serão montados e de onde podem ser enviados ao Brasil dentro do acordo do Mercosul, sem pagar os 30 pontos extras sobre o IPI ou taxa de importação.

Além disso, há um aceno de planos por parte dos chineses de construção de uma unidade no Brasil.

COMO SÃO OS CARROS
A Geely ganhou projeção no ocidente ao comprar a Volvo da Ford em 2010 por US$ 1,8 bilhão. A operação brasileira trará inicialmente dois modelos montados no Uruguai. Curiosamente, o carro-chefe será o sedã médio EC7, que não carrega o logo Geely no exterior, onde é vendido como Emgrand, sub-marca do grupo chinês cujo emblema lembra demais o escudo da americana Cadillac.

Felizmente, o sedã tem bom desempenho em segurança em outros mercados: na Austrália, recebeu quatro de cinco estrelas no programa local de segurança (ENCAP), mesma nota obtida no europeu Euro NCAP, em 2011. Para o Brasil, a proposta é recheá-lo com itens como ar-condicionado, direção hidráulica, bancos de couro, entre outros, algo habitual entre as marcas chinesas.

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    Sedã médio EC7 tem conteúdo "completão" e bom histórico de segurança no exterior

Pequeno, o hatch LC tem visual arredondado e fofo, lembrando demais um bicho de pelúcia, algo também visto em muitos outros carros orientais. Mas neste caso não se trata de "veneno" ou achismo: o visual do compacto é assumidamente inspirado no panda, que foi mascote dos Jogos Olímpicos de Pequim. A grade frontal tem forma de boca e os faróis ovalados contam com uma moldura preta que lembra as manchas ao redor dos olhos do animal.  

Mecanicamente, o LC tem motor de 1 litro de 68 cavalos e também será vendido por aqui com ar-condicionado, direção elétrica, trio elétrico, airbags, ABS no pacote.

Para sorte dos brasileiros, a Geely não mencionou qualquer plano de importar o sedã compacto CK 1.3, que teve resultado vexatório no primeiro teste do Latin NCAP, em 2010: nenhuma estrela (isso mesmo, o carro zerou) em proteção para adultos nos bancos frontais, com duas estrelas na proteção a crianças nos bancos traseiros. 

Com LC e EC7, a Geely espera vender 360 unidades por mês durante o segundo semestre do ano. O tempo dirá.