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Aluguel de carros compartilhados é tendência que deve crescer

Projeto Car2go, que envolve o pequeno Smart Fortwo, deu certo na Alemanha, mas falhou na França - Divulgação
Projeto Car2go, que envolve o pequeno Smart Fortwo, deu certo na Alemanha, mas falhou na França Imagem: Divulgação

Fernando Calmon

Colunista do UOL

28/01/2013 12h54

Entre as visões sobre o futuro do automóvel nas cidades aparece uma dúvida. Os carros continuarão a ser comprados (à vista ou financiados) ou a comercialização vai evoluir para a utilização compartilhada em que o interessado pagaria exclusivamente pelo uso? Tudo indica que as duas opções coexistirão, mas a tendência é o avanço na direção dessa espécie de aluguel por horas ou mesmo por alguns dias.

Independentemente de uma concessionária vir a se tornar também uma locadora e vice-versa, dependendo da legislação específica de cada país, há experiências em curso. Compartilhar carros por curto prazo não é, de fato, uma novidade. Várias empresas especializadas em locação na América do Norte, Europa e até no Brasil já oferecerem esse serviço.

COMO FUNCIONA

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    Aplicativo de celular localiza e reserva carro de aluguel e ainda permite calcular preços e alternativas de transporte público (trem, ônibus, bonde, táxi), ampliando opções de deslocamento.

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    Se a decisão for a de ir de carro, basta aproximar o cartão do programa (semelhante aos bilhetes eletrônicos de transporte público) do ponto do para-brisa onde está instalada a caixa que registra o aluguel e libera o smart para rodar.

A NOVA IDEIA
Alguns fabricantes de veículos, porém, decidiram aprofundar esse negócio a fim de avaliar o real interesse de compradores em abrir mão da propriedade física em troca do simples uso em momentos convenientes. Tudo começou em outubro de 2008 com a criação do projeto Car2go, na cidade de Ulm, na Alemanha. 

A iniciativa da Mercedes-Benz envolve modelos da Smart. A alternativa, no caso, foi que os automóveis não ficassem obrigatoriamente em postos fixos. Eles poderiam ser reservados, apanhados e devolvidos também em locais públicos, dentro de uma área previamente conhecida. Por isso, o projeto iniciou-se nesta cidade (de 120 mil habitantes, a 100 km de Stuttgart), onde se poderia avaliar o funcionamento da operação com 200 unidades.

SERVIÇO NO CELULAR
No momento a ideia está em 17 cidades da Europa, EUA e Canadá. A frota é pouco superior a 5.000 unidades e passou a incluir versões elétricas do Smart Fortwo. Recentemente, recebeu o reforço de uma plataforma de mobilidade, por meio da rede de telefonia celular, batizada de moovel (em letras minúsculas).

O moovel é um aplicativo -- no momento disponível apenas para iPhone -- capaz não apenas de localizar e reservar os microcarros de aluguel, mas também oferecer um modo de avaliar as alternativas de transporte público com horários disponíveis, tempo de deslocamento e tarifas. O serviço inclui a possibilidade de chamar um táxi e até de pagar antecipadamente o serviço de ônibus, trem, bonde ou metrô. Existe a facilidade adicional de interagir às redes de programas de caronas, onde elas existirem. A flexibilidade, assim, é ampla, mas se aplica, por enquanto, às cidades de Stuttgart e Berlim.

A Car2go parece uma operação consolidada e tem uma base internacional de mais de 200.000 clientes porque o sistema permite alta rotatividade da frota relativamente pequena. Não quer dizer que deu certo em todos os lugares: foi suspenso em Lyon, na França.

OUTRAS MARCAS
BMW e Volkswagen também iniciaram experiências semelhantes. Já Renault e Peugeot-Citroën introduziram seus carros elétricos, por meio de uso compartilhado, em esquema parecido.

Toda essa organização, no entanto, mostra baixa adaptabilidade ao uso mais abrangente do automóvel, que inclui liberdade total de ir e vir por estradas e outros caminhos. Mas como no futuro há espaço para as chamadas rodovias inteligentes, não se descarta que possam se integrar aos programas urbanos.