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Importadoras de carros vendem 35,2% menos em 2012

Do UOL, em São Paulo (SP)

09/01/2013 20h12

A Abeiva, associação que reúne 29 empresas importadoras de veículos (vale dizer, sem fábrica no Brasil), anunciou nesta quarta-feira (9) um recuo de 35,2% em suas vendas totais em 2012, de 199.366 para 129.205 unidades. Um resultado desastroso se cotejado com o do mercado em geral de automóveis e comerciais leves (SUVs, picapes etc.), que avançou 6,11% no ano passado.

Segundo cálculo da Abeiva, com essa retração nos emplacamentos os carros importados pelas marcas associadas representaram 3,55% do mercado nacional em 2012 (total de 3,635 milhões).

Mantendo a estratégia de sublinhar o pequeno volume comercial das associadas, a Abeiva faz questão de observar que os carros trazidos pelas 29 marcas em 2012 cravaram 16,48% de market share entre todos os importados ao Brasil, que chegaram a 913.351 carros. Neste total estão incluídos 784.146 carros de quase todas as principais filiadas à Anfavea (liga das marcas que têm fábrica aqui), as quais usam o Mercosul e o México como polos complementares de produção.

No entanto, todas as empresas que importam carros ao país têm de observar cotas proporcionais -- sejam Abeiva, sejam Anfavea.

Um alento para as importadoras: em dezembro de 2012, foi registrado crescimento de 15,7% em relação a novembro: 9.309 unidades contra 8.137. Mas o dado perde força na comparação com dezembro de 2011, antes do novo regime automotivo (Inovar-Auto): queda de 51,4%.

2012 FOI UM ANO RUIM
Segundo nota distribuída nesta quarta pela Abeiva, o presidente da associação, Flávio Padovan, também chefão da Jaguar Land Rover, resumiu assim a situação: "Experimentamos em 2012 o pior ano da história de 22 anos do segmento oficial de importação de veículos no Brasil".

Mais especificamente, Padovan disse que, "a partir de setembro de 2011, quando foi anunciado o Decreto 7.567, responsável pela diferenciação da alíquota do IPI de 30 pontos percentuais entre carros nacionais, incluindo os de procedência do Mercosul e do México, e os importados, o nosso setor sofreu duro impacto, que se consolidou com o Inovar-Auto, de 3 de outubro de 2012".

No balanço interno da Abeiva, somente três conseguiram obter resultados positivos; 23 marcas amargaram índices negativos; e três ainda não iniciaram suas atividades operacionais. Bentley, BMW, Chery, JAC Motors, Porsche, Rely, SsangYong, Suzuki e Volvo já obtiveram aprovação no Inovar-Auto, como futuras fabricantes ou apenas importadoras.

Segundo Padovan, BMW, Chery, JAC e Suzuki, todas com fábricas no Brasil funcionando ou sendo construídas/projetadas, têm situação bem definida, e outras associadas devem anunciar fábricas locais em breve. "Mas a maioria não terá condições de instalar fábrica aqui", vaticinou. Curiosamente, quem tem fábrica deve deixar a Abeiva.

Apesar de tantas nuvens negras, a previsão da associação é de que em 2013 sejam vendidos no Brasil cerca de 150 mil importados, 16% mais que 2012 -- mas muito abaixo do desempenho de 2011, quando as vendas atingiram 199 mil carros.

São associadas da Abeiva: Aston Martin, Audi, Bentley, BMW, Changan, Chery, Chrysler, DFSK, Dodge, Ferrari, Hafei, Haima, JAC, Jaguar, Jeep, Jinbei, Kia, Lamborghini, Land Rover, Maserati, Mazda, Mini, Porsche, Ram, Rely, Rolls-Royce, SsangYong, Suzuki e Volvo.