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Citroën DS5 sublinha luxo e estilo por R$ 124.900; leia impressões

Citroën DS5 passa a ser importado ao Brasil para ocupar o posto de modelo mais caro da marca - Murilo Góes/UOL
Citroën DS5 passa a ser importado ao Brasil para ocupar o posto de modelo mais caro da marca Imagem: Murilo Góes/UOL

André Deliberato

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/12/2012 11h20Atualizada em 05/12/2012 12h39

Após antecipar para o final deste ano o início das vendas do DS5 (a previsão anterior, anunciada durante o Salão de São Paulo, era de começar a importar o modelo no começo de 2013), a Citroën revelou nesta terça-feira (4) o preço oficial da única versão de acabamento que será vendida no Brasil.

Por R$ 124.900, você leva para casa o topo da linha premium DS. Feito sobre a plataforma do sedã C5, o carro tem 4,52 metros de comprimento, 1,82 m de largura e confortáveis 2,73 m de entre-eixos. O porta-malas leva bons 465 litros, ótimo volume para um hatch. Apesar de a Citroën dizer que trata-se de um crossover que mistura elementos de cupê, station wagon e minivan, mantemos a posição de que o DS5 é um hatchback.

A principal característica externa fica por conta do design, bastante chamativo. A dianteira ostenta um "nariz" que deve se espalhar por mais modelos da marca, enquanto a traseira mantém o aspecto esportivo já visto no pequeno DS3 (primeiro carro da linha exclusiva que chegou ao país). A lateral tem silhueta agressiva por conta da alta linha de cintura, outro traço marcante do DS5.

EQUIPAMENTOS
O carro é completo. Não há opcionais: entre os itens de segurança, o DS5 traz de série seis airbags, freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuição da força de frenagem), controles de tração e estabilidade, faróis bixenônios direcionais com lavadores, sistema Isofix nos bancos traseiros para cadeirinhas de criança, freio de estacionamento comandado por botão, controlador automático de velocidade, LEDs diurnos e limpador do para-brisa automático.

Além disso, o modelo possui botão de ignição, ar-condicionado automático e digital de duas zonas, tela de 7 polegadas com câmera de ré integrada, central multimídia com GPS, CD-Player com MP3, Bluetooth e entradas USB e auxiliar,  bancos de couro com funções elétricas para motorista e passageiro (o banco do motorista ainda traz massageador e memorizador de posições) e detalhes cromados espalhados pelo carro. Para ver todos os equipamentos, clique aqui.

O motor disponível será o mesmo 1.6 THP (turbo de alta pressão, em inglês) desenvolvido pela PSA em parceria com a BMW, que já equipa carros como o Citroën DS3, os Peugeot 308, 408, 508, 3008 e RCZ, o BMW Série 1 e a linha S do Mini Cooper. Somente a gasolina, o propulsor rende até 165 cv e 24,5 kgfm de torque, a baixos 1.400 rpm. O câmbio é automático de seis marchas, com opções de trocas manuais pela alavanca.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES
UOL Carros
rodou por três dias com uma unidade do modelo. Ao contrário do que verificou no DS3, um compacto animado e empolgante, o DS5 é o carro da gama voltado especificamente para o luxo. Pesado (são 1.480 kg), ele não foi desenvolvido para focar o lado esportivo, apesar do seu design sugerir isso.

Na rua, o DS5 chama a atenção -- não só pelo ineditismo, mas também pelo estilo agressivo do desenho, realçado pela linha de cintura alta. Por fora, a impressão é justamente a de que o DS5 vale quanto custa.

Por dentro essa sensação se mantém. Com acabamento requintado e recheado de materiais de alta qualidade, o DS5 faz jus ao fato de ser o carro mais caro da marca. A posição de dirigir é interessante, ainda mais pela facilidade em poder ajustar, em altura e profundidade, a coluna de direção e o banco do motorista. Dá para fazer do interior um cockpit.

O console central invasivo, aliado ao "console do teto" (que reúne os comandos dos três -- sim, três -- tetos solares), reforçam a sensação de "estar dentro de um avião de caça", como quer a Citroën. Apesar da linha de cintura alta fazer parecer que o espaço para a cabeça dos ocupantes é pequeno, o interior é espaçoso para quatro pessoas, na horizontal e na vertical.

BURACOS E... PACIÊNCIA
Todo esse requinte interior continua na suspensão, do tipo McPherson na dianteira e por eixo deformável na traseira. O problema é que ela foi calibrada para os "tapetes" franceses e europeus, e não para nossas ruas. Por isso, qualquer tampa de bueiro mais baixa vira uma temida cratera.

Rodar com o DS5 por São Paulo não é tarefa fácil. Exige o cuidado de se desviar das imperfeições do asfalto para não causar danos às belas rodas de 18 polegadas (com pneus de medida 235/45) e ainda mais atenção com motos e bicicletas, já que são largos 1,82 m de largura (a mesma de um Hyundai Tucson, por exemplo).



Mas tudo isso é recompensado pelo ótimo motor 1.6 THP. Apesar de sentir nas costas o peso do carro, ele tem ânimo -- em local fechado, o carro chega facilmente à casa dos 180 km/h. Na cidade, ele se ajusta ao pé do motorista, e o bom câmbio de seis marchas faz as trocas com baixas rotações e de maneira suave.

O computador de bordo da unidade testada alternou bons e regulares números de consumo, sempre de acordo com a vontade do pé do motorista. Em um rodar mais calmo em ciclo misto (cidade e estrada), o DS5 chegou a apontar 13,8 km/l. No mesmo trecho, mas com o pé mais pesado, esse número caiu para 10,2 km/l.

CONCLUSÃO
O DS5 é o carro que tenta transmitir toda a sofisticação da Citroën para o consumidor mais exigente da marca. Ele carrega o motor mais forte, os materiais mais luxuosos e o último grau de tecnologia da fabricante. E pede R$ 124.900 por tudo isso.

Há opções mais, ou tão interessantes quanto, no mercado, como os hatches Audi A3, BMW Série 1 e Volvo C30, que também entregam motores reduzidos aliados a luxo e tecnologia. Mas poucas delas têm o charme ou o exotismo deste francês. Se você busca um carro dessa faixa de preço e tem dúvida entre esses modelos, não exclua o DS5 de sua lista antes de dar uma boa volta com ele.