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Renault Clio avança após plástica e com foco no consumo baixo

Renault Clio numa manhã chuvosa no Rio de Janeiro: re-estilização "copiou" nova identidade da marca  - Murilo Góes/UOL
Renault Clio numa manhã chuvosa no Rio de Janeiro: re-estilização "copiou" nova identidade da marca Imagem: Murilo Góes/UOL

André Deliberato

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

14/11/2012 16h02

O Renault Clio melhorou. Em comparação ao modelo anterior, o carro -- re-estilizado e recalibrado, como já publicado por UOL Carros -- ganhou toques de modernidade no interior, vindos dos primos Sandero e Logan, e um motor que consome menos e emite pouco.

Em test-drive na manhã desta terça-feira (13), na região da lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro (RJ), o carrinho mostrou seus atributos: "calma" e economia, dois de seus principais pilares de projeto. E até chamar a atenção ele conseguiu.

A versão do Clio avaliada, a Expression, contava com ar-condicionado e direção hidráulica (opcionais que custam, juntos, R$ 3.600), mas não tinha espelhos nos quebra-sóis nem alças de teto para os passageiros (algo que qualquer modelo dessa categoria possui hoje em dia). Vale lembrar que ela é a topo de gama do modelo, custando -- na configuração experimentada, com opcionais -- R$ 28.550.

O painel frontal tem praticamente o mesmo formato do anterior, mas traz novos itens, como o conjunto de instrumentos, que ganhou um econômetro (para instigar o motorista a rodar suavemente, mantendo o ponteiro no verde), e o console, que incluiu alguns porta-objetos.

O espaço traseiro do Clio é bom para um carro que, a rigor, é um subcompacto: se o motorista medir até 1,75 metro, a pessoa atrás dele vai bem, com boa área para as pernas e para a cabeça. Quem sofre com isso é o porta-malas, que tem 255 litros (25 l a menos que o de um Volkswagen Gol ou um Fiat Uno).

NA BOA
Rodar com o Clio exige certa paciência: engate a segunda marcha e espere ao menos 6 ou 7 segundos para o carro começar a responder -- em subidas, use a primeira, ou você não sai do lugar. Não dá para saber se essa é uma característica do carro avaliado ou de qualquer Clio (todos com motor 1.0 de 80 cv com etanol). Se for do modelo, que a Renault fique atenta, pois isso pode até causar acidentes.

Apesar de a nova alavanca de câmbio ser bastante ergonômica, as marchas são facilmente confundidas. Por tudo isso, o ideal é rodar com calma -- e, veja só, no trânsito urbano. Parece que foi para ele que o Clio foi feito.

A interessante posição de dirigir do compacto se manteve após a reforma: baixa, bem próxima ao assoalho, dá até um certo tom de esportividade. Porém, o banco e a coluna de direção não têm regulagem de altura, e uma pessoa mais baixa se sentirá desconfortável.

  • Murilo Góes/UOL

    O "novo" painel de instrumentos você já conhece de outros carros: Sandero, Logan, Duster...

ECONÔMICO
Com duas pessoas a bordo, o Clio registrou o bom número de 8,4 km/l de etanol no caótico trânsito do Rio. Com o tráfego um pouco melhor, o número subiu para ótimos 9,4 km/l (a uma média constante de 60 km/h, com o ar-condicionado ligado). É um valor apenas 0,1 km/l menor que o anunciado pela empresa com base em medições do Inmetro.

Para a cidade, portanto, a proposta do Clio é certeira. Para a estrada, provavelmente não. Não seria exagero chamá-lo de city car. Aliás, é exatamente isso que a Renault pretende com a re-estilização, que tentou deixar o compacto parecido com o Clio IV europeu e ainda inclui a possibilidade de personalização visual: tentativa de reforçar o apelo do modelo entre os populares do mercado. E sua nacionalidade.

O carro não é "revolucionário" a ponto de a Renault querer vendê-lo mais que o Sandero, atual campeão da marca. A ideia, como diz o diretor de marketing da empresa, Frédéric Posez, é "aumentar suas vendas com progressividade, para que ele se infiltre com calma entre os modelos mais vendidos do país". Ele completa: "Não adianta dar um grande salto nas vendas para depois cairmos. Temos de saber crescer".

O Clio é um carrinho honesto e capaz de encarar os outros modelos do segmento (Chevrolet Celta, Fiat Mille e Ford Ka, principalmente). A falta temporária dos freios ABS e dos airbags, mesmo como opcionais, pode atrapalhar seu caminho até a obrigatoriedade em 2014.

Viagem a convite da Renault