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Toyota não descarta envolver Brasil em recall mundial de 7,4 milhões de carros

Yaris 2007 é um dos modelos internacionais afetados por falha no comando elétrico do vidro do motorista - David Zalubowski/AP - 22.10.2006
Yaris 2007 é um dos modelos internacionais afetados por falha no comando elétrico do vidro do motorista Imagem: David Zalubowski/AP - 22.10.2006

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/10/2012 11h55Atualizada em 07/10/2016 15h34

A japonesa Toyota anunciou nesta quarta-feira (10) o recall de mais de 7,4 milhões de veículos em todo o mundo por um defeito no comando do vidro elétrico que oferece risco de incêndio. Contatada por UOL Carros, a filial brasileira da marca comunicou ainda estar analisando o alcance da convocação e afirmou que corre para se posicionar oficialmente sobre o problema antes do feriado do dia 12. Assim, espera-se uma declaração da representação local até a quinta-feira, mas neste momento não está descartada a hipótese da falha afetar também carros da Toyota vendidos no Brasil.

Em mais um episódio de recall gigante, como os que corroeram a reputação da maior fabricante de carros em 2009 e 2010 (veja quadro mais abaixo), a convocação voluntária da Toyota já representa o maior recall individual desde que a Ford tirou 8 milhões de veículos de circulação, em 1996, para substituir mecanismos de ignição defeituosos que poderiam causar explosão do motor.

Desta vez, a falha envolve o interruptor do vidro do motorista e afeta, inicialmente, carros nos Estados Unidos (2,47 milhões), na China (1,4 milhão) e na Europa (1,39 milhão). Também será feito o recall de 650 mil veículos na Austrália e Ásia, 490 mil na região do Oriente Médio, 240 mil no Canadá e 330 mil em outros locais. É justamente nesta parcela chancelada como "outros locais" em que o Brasil pode vir a se encaixar.

A falha afeta principalmente modelos feitos entre 2007 e 2009 do Yaris, que não é vendido no Brasil, e do Corolla -- o best seller global da marca também é vendido e fabricado no país, na fábrica de Indaiatuba (SP), com alguns componentes importados, daí a necessidade de investigação a ser feita pela Toyota local. Também serão verificados ao redor do mundo o sedã Camry (tanto a versão motor a gasolina, quanto a híbrida vendida em alguns mercados) e o utilitário esportivo RAV4 -- estes também são comercializados no Brasil, mas por importação.

Ainda estão envolvidos no recall os modelos Tundra, Sequoia, Highlander (convencional e híbrido) e Matrix, além de Scion xD e Scion xA, derivações feitas pela marca de estilo da Toyota -- nenhum destes últimos é vendido oficialmente no país.

CURTO-CIRCUITO
O defeito é percebido pelo motorista como uma dificuldade em acionar o vidro, que pode apresentar funcionamento lento ou até mesmo emperrar. De acordo com a agência Automotive News, a tentativa de se resolver a falha como o uso de lubrificantes comerciais pode causar curto-circuito com derretimento do controle do vidro e até mesmo princípio de incêndio no mecanismo. De qualquer forma, acidentes, ferimentos ou mortes não foram identificados em decorrência do defeito.

Segundo a Toyota, os reparos levam cerca de 40 minutos, mas companhia não quis comentar quanto o recall custará ou quais os impactos nos resultados futuros de venda. 

DIFICULDADES
A Toyota vem tentando se recuperar de diversas dificuldades desde 2008, que incluíram uma série de recalls envolvendo mais de 10 milhões de veículos entre 2009 e 2011, além de problemas na cadeia de suprimentos decorrentes do terremoto e tsunami no Japão no ano passado.

O mais recente problema envolve a rixa política entre Japão e China, que dificulta a venda de veículos nipônicos no maior mercado do mundo. 

A fabricante recuperou o título de líder mundial em vendas no primeiro semestre e espera vender 9,76 milhões de veículos em todo o mundo este ano. (Com agências internacionais)