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Ford EcoSport Titanium com motor 2.0 é novo limite da Ford compacta

Ford EcoSport Titanium: esta foto prova que o modelo fica MUITO melhor com uma cor normal, como a prata - Murilo Góes/UOL
Ford EcoSport Titanium: esta foto prova que o modelo fica MUITO melhor com uma cor normal, como a prata Imagem: Murilo Góes/UOL

Claudio Luis de Souza

Do UOL, em São Paulo (SP)

14/09/2012 18h19Atualizada em 14/09/2012 19h00

Você ainda não viu o novo Ford EcoSport nas ruas, e por um bom motivo: as vendas só começam, de fato, no final de setembro (a primeira leva está sendo faturada agora para as concessionárias). A partir de então, o eventual cliente da nova geração do jipinho terá de optar -- assim como no modelo substituído -- entre motorizações 1.6 e 2.0.

O propulsor menor é o Sigma (115/110 cv), fabricado no Brasil e, até a introdução da família Ecoboost e do câmbio automatizado de dupla embreagem, é o que a Ford tem de mais avançado em trem-de-força no país. Já o 2.0 é o conhecido Duratec (147/141 cv), veterano da gama média e grande da marca. Ambos bicombustíveis. Depois de provar o jipinho na versão Freestyle, com motor Sigma, experimentamos a configuração topo de gama, a Titanium, que traz sob o capô a unidade de 2 litros.

O preço sugerido pela Ford, de R$ 70.190, parece excessivo para um carro que parte de R$ 53.490 já com um conteúdo digno e, como dissemos, powertrain atualizado, embora menor. A principal vantagem de um EcoSport Titanium está nos itens de segurança: é esta versão que entrega airbags laterais e de cortina, e no pacote de sistemas eletrônicos -- além de assistente de partida em rampas (HLA), controle eletrônico de estabilidade (ESC) e controle de tração (TCS) -- estão presentes sensores de chuva e de luminosidade e retrovisor eletrocrômico.

Também há itens de conforto, como a partida por botão com sensor de presença da chave, além da indefectível grade frontal cromada, truque comum a todas fabricantes na hora de "sofisticar" um carro de várias versões, ou ante produtos da concorrência. As rodas de 16 polegadas são exclusivas, e os bancos trazem de série o revestimento em couro.

Assim, o EcoSport Titanium "justifica" o preço (dentro da realidade do mercado nacional) e serve bem ao propósito anunciado pela Ford: o de conquistar clientes que já tiveram SUVs (de verdade ou "simulados") de maior porte, mas que (re)descobriram que um carro menor é também mais prático em ambiente urbano (além de mais barato).

Outro apelo do Eco é, sem dúvida, o visual incomum. Devemos assinalar que ele funciona melhor quando o carro não tem cores absurdas -- como o laranja metálico do lançamento e de nossa unidade Freestyle de teste. Basta olhar as fotos que acompanham esta reportagem para perceber que uma conservadora pintura em tom prata casa bem com as linhas do jipinho. Parece, enfim, um carro de verdade.

EM AÇÃO
Com o EcoSport 2.0 em movimento, nenhuma surpresa: há mais força disponível que no carro 1.6, mas nem tanta assim. Para trafegar a 100 km/h, o motor trabalha a 2.500 rpm; a 120 km/h ele gira a 3.000 rpm. Com capacidade 20% menor, o propulsor Sigma obtém as mesmas velocidades a 2.750 e 3.250 rpm. Para o motorista cumpridor das regras de trânsito, pode-se dizer que tudo isso... tanto faz.

O acerto das suspensões é o mesmo em todos os EcoSport. Como em qualquer carro com centro de gravidade elevado, não convém exagerar nas curvas -- única ressalva quanto à estabilidade.

Durante o test-drive, o carro bebeu etanol e cravou o consumo de 7,7 km/litro, com quatro pessoas a bordo, ar-condicionado bombando e velocidade média de 68 km/hora ao longo do trajeto, todo ele em estrada. O Eco 1.6 marcou 9,2 km/litro, trafegando em velocidade média de 57 km/h.

Em resumo, o Eco Titanium será para poucos, ao menos nos primeiros meses de vida da nova geração do jipinho (a Ford ainda não fala em metas ou mix de vendas). A introdução de câmbio automático, no futuro, o deixará sob medida para usuários exigentes de SUVs urbanos (principalmente as mulheres). Então o EcoSport estabelecerá um novo teto, próximo de R$ 75 mil (em valores atuais), para a gama compacta da Ford: será o carro mais caro da marca no chamado segmento B. A má notícia: o SUV médio Kuga/Escape, que chega em 2013, terá de começar acima disso.