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Citroën DS3 une comportamento tranquilo e esportividade no mesmo corpo

Com sede de curvas, mas cheio de segurança, DS3 agrada a pessoas emocionais e racionais - Murilo Góes/UOL
Com sede de curvas, mas cheio de segurança, DS3 agrada a pessoas emocionais e racionais Imagem: Murilo Góes/UOL

André Deliberato

Do UOL, em Itu (SP)

22/05/2012 19h51

Você tem estilo bon-vivant e curte os descolados A1 e Mini Cooper S -- turbinados, não saem por menos de R$ 95 mil e R$ 129.450, respectivamente (valores da tabela Fipe) --, mas seu dinheiro é suficiente apenas para colocar o "status sem desempenho" de Mini One ou Hyundai Veloster -- na ordem, R$ 76.820 e R$ 78.764 -- na garagem?

Saiba que agora há um meio-termo entre isso tudo: ele se chama Citroën DS3.

O DS3 é o primeiro modelo da família DS, que homenageia o antigo Citroën homônimo, produzido na Europa entre as décadas de 1950 e 1970. Na releitura, a sigla representa a linha premium da marca francesa, que conta ainda com DS4 e DS5, ainda sem previsão de chegada ao Brasil. Feito sobre a plataforma do C3 de segunda geração (que começa a ser vendido por aqui em alguns meses), o DS3 é também o menor de todos os DS e estreia no país por R$ 79.900 -- há um único opcional, o revestimento de couro para os bancos, por R$ 2.900. Saiba mais sobre o preço do DS3 clicando aqui.

Ele é pequeno: mede 3,95 m de comprimento (exatamente o tamanho do Audi A1), tem 2,46 m de entre-eixos, 1,48 m de altura e 1,72 m de largura. Ou seja, nada muito diferente dos rivais.

CHEIO DE CHARME
Apresentado na loja-conceito mantida pela Citroën na cara rua Oscar Freire, na região dos Jardins, em São Paulo, o carrinho chama a atenção tanto pela frente harmônica, com uma fileira vertical de seis LEDs em cada extremidade, quanto pelo desenho traseiro agressivo, ressaltado pelo escape de ponteira dupla. A cereja do bolo fica por conta da lateral e do desenho incomum da coluna central, que parece estar incompleta: não há dúvidas de que muitos a chamarão de "barbatana de tubarão".

Além do visual moderno, a Citroën oferece combinações múltiplas de personalização, como cor das rodas (branca ou preta) e estilo de faixas e adesivos de teto -- há oito tipos diferentes, ao gosto do cliente. Além disso, há oito opções de cor externa e quatro para a faixa do painel, calotinha do centro das rodas e manopla de câmbio. A chave titular também é colorida, podendo ser da cor do carro ou do adesivo do teto.

O interior segue a mesma receita: com bancos de couro (opcionais, como já dissemos), o DS3 é confortável e espaçoso para duas pessoas. O assento traseiro até existe, mas se você tem família procure outras opções. O porta-malas leva o que um Fiat Punto carrega: 280 litros -- 120 litros a mais que um Mini, 10 litros além do Audi A1.

DESEMPENHO BIPOLAR
O DS3 é bipolar e o segredo deste comportamento é seu coração: o motor que equipa o carrinho é o 1.6 THP, fruto da parceria entre a alemã BMW e a PSA Peugeot Citroën, que também está presente nos Peugeot 408, 3008 e RCZ, no BMW Série 1 e no Mini Cooper S.

Testado na pista de autódromo em Itu, no interior paulista, nesta terça-feira (22), o DS3 inicia seu rodar habitual calmo e quase abstêmio. Mas acelere com vontade e o motor altera seu temperamento, passando a responder mais forte em rotações elevadas. O ronco do escapamento muda (para melhor, em nossa opinião) e o câmbio manual de seis marchas começa a pedir trocas mais rápidas.

No Citroën, o motor THP rende 165 cv e 24,5 kgfm de torque, números que parecem baixos, mas que se tornam excelentes em relação ao peso do carro, de 1.165 kg. Andando mais tranquilo, os dados de consumo apontados pelo computador de bordo (velho conhecido também da linha Peugeot) foram bastante otimistas: 9,3 km/l na cidade e 13,4 km/l na estrada, com gasolina. Aqui, sua porção racional se alegra.

O carro também é recheado de equipamentos de segurança e traz de série a sopa de letrinhas: ABS, ESP, ASR e AFU, que nomeiam freios antiblocante, controle eletrônico de tração e de estabilidade e frenagem de emergência. Há também sistema anticapotamento. Destes, somente o controle de tração pode ser desativado, o que faz o lado direito de seu cérebro, o emocional, ficar mais arisco.

A direção elétrica é leve e suave, e fica mais firme progressivamente, de acordo com o aumento da velocidade. Firme também é a suspensão, que apoia-se mais para o lado esportivo -- o DS3 gosta de curvas e seus bancos com ótimo apoio lateral ajudam a comprovar isso.

Assim, se você procura diversão e estilo, mas também sabe apreciar os momentos de calmaria -- e se os R$ 79.900 pedidos forem uma boa para você -- o DS3 fará os dois lados de seu cérebro entrarem facilmente em acordo.

Viagem a convite da Citroën do Brasil