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Fiat Freemont chega com espaço, conforto e preço bom; motor é ponto fraco

Freemont na versão Precision: belo visual, muito espaço e preço menor que o dos rivais - Murilo Góes/UOL
Freemont na versão Precision: belo visual, muito espaço e preço menor que o dos rivais Imagem: Murilo Góes/UOL

Rodrigo Lara

Do UOL, em Guarujá (SP)

11/08/2011 16h54

Depois da apresentação do modelo e divulgação dos preços das versões Emotion e Precision, nesta quinta-feira (11) foi realizado o test-drive do Fiat Freemont, chance de constatar se a série de alterações feitas pela fabricante italiana sobre o Dodge Journey -- no qual o Freemont é baseado -- o melhoraram como produto. A versão escolhida foi a Precision, a mais cara (R$ 86 mil) e de sete lugares, justamente a que a Fiat projeta como a mais vendida.

A primeira característica notada ao entrar no Freemont é a oferta de espaço. Não há aperto nos assentos, com exceção da terceira fileira de bancos, tradicionalmente menor. Rebatidos, eles roubam parte dos 580 litros do porta-malas (volume da versão Emotion, de cinco lugares e preço de R$ 81.900). Com todos os bancos em posição funcional, o Freemont Precision leva somente 145 litros de bagagem. Quem quiser (e puder) rebater todos os assentos fica com 2.301 litros disponíveis. Detalhes podem ser vistos nas fotos de Murilo Góes, abaixo:

A posição de dirigir é confortável e se adapta ao gosto do motorista: pode ser tanto mais elevada, como num legítimo SUV, quanto mais baixa, como num carro de passeio tradicional. É um mérito da amplitude de ajustes da altura do assento, que, como os acertos de profundidade e lombar, é feito por comandos elétricos na versão Precision. A inclinação do encosto, entretanto, é comandada por alavanca mecânica. O acabamento da cabine é competente, com materiais macios no painel e nas portas e sem quaisquer rebarbas ou problemas de construção aparentes.

Entre os mimos oferecidos no Freemont testado estavam o sistema multimídia, que controla as funções dos sistema de som e do ar-condicionado e mostra imagens da câmera de ré; ar-condicionado de três zonas de resfriamento; volante multifuncional revestido de couro e com ajuste de altura e profundidade; e bancos de couro. Um pacote interessante e que ajuda a garantir o conforto no interior do carro.

O FREEMONT EM VÍDEO OFICIAL

BOM DE CURVA, RUIM DE RETA
Em movimento, o Freemont mostrou que o acerto de suspensão feito pela Fiat sobre o Dodge Journey surtiu efeito positivo. O carro é obediente em curvas, sem oscilações bruscas ou rolagem excessiva da carroceria. E isso foi obtido sem sacrificar seus ocupantes. O resultado é uma suspensão que pode ser tida como referência quando o assunto é carro grande e pesado (o Freemont tem mais de 1.800 quilos).

E, por falar em peso, quem se sente mal com o porte avantajado do carro é o motor, um 2.4 a gasolina que rende 172 cavalos de potência a 6.000 rpm e 22,4 kgfm de torque a 4.500 rpm. Por causa dele, se não pode ser classificado como moroso, o Freemont é demorado para embalar. Parte da culpa dessa preguiça também pode ser debitada na conta do câmbio de quatro marchas. O baixo número de velocidades da transmissão faz com que cada uma tenha sua relação alongada, provocando momentos de indecisão, principalmente em curvas, e uma alternância brusca nos giros do motor.

Lembrando que o Journey tem um motor V6 de 2,7 litros com 25 kgfm de torque e câmbio de seis marchas.

Outro problema do trem de força (este, quase que só por culpa da transmissão) é o consumo, que passa longe dos números anunciados pela Fiat, de 15 km/litro na estrada e 9,1 km/l na cidade. Durante o test-drive pelo litoral de São Paulo, o computador de bordo assinalou 8,5 km/l. A marca -- que já não é boa -- despencava para os 6,5 km/l ao enfrentar trechos urbanos. Vale lembrar que UOL Carros rodou cerca de 80 km com o carro, o que não permite tirar conclusões mais aprofundadas sobre sua sede por gasolina.       

Não há dúvida de que a cirurgia sofrida pelo Dodge Journey para virar Fiat Freemont foi além da plástica e teve seus resultados positivos, sendo a suspensão o mais notável deles. O carro surge como forte concorrente em seu segmento -- enfrenta Honda CR-V (parte de R$ 85.700 com cinco lugares), Chevrolet Captiva (R$ 90.299, idem) e Hyundai ix35 (R$ 85 mil, idem) -- por se abrigar numa marca com ampla rede de revendas no Brasil e pelo seu preço competitivo ante os concorrentes. Tivesse motor e transmissão mais modernos (por exemplo, com cilindrada menor e turbocompressão), seu já forte apelo o tornaria quase irresistível.

Viagem a convite da Fiat