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Recém-lançado no Brasil, Fiat Bravo tem os dias contados na Europa

<b>Fiat Bravo: um belo carro, mas de futuro incerto em sua terra natal</b> - Divulgação
<b>Fiat Bravo: um belo carro, mas de futuro incerto em sua terra natal</b> Imagem: Divulgação

Da Redação

18/04/2011 12h16Atualizada em 18/04/2011 17h32

Pode parecer piada, mas o Fiat Bravo, recém-lançado no Brasil para ser o carro mais completo e caro da marca italiana -- superando o sedã Linea --, pode estar com os dias contados na Europa. E sua morte será por desligamento dos aparelhos.

De acordo com o boletim Automotive News Europe, o chefão da Fiat, Sergio Marchionne, quer enfrentar o Volkswagen Golf -- compacto campeão de vendas na Europa -- com um modelo totalmente novo, e com mais jeitão de crossover que de dois-volumes convencional. Se isso for adiante, o carro escalado para dançar é justamente o Bravo, que vende pouco no Velho Continente.

Segundo os números da consultoria Jato Dynamics, citados pelo ANE, o hatch da Fiat emplacou 95.292 unidades em seu primeiro ano cheio no mercado (2008), mas em apenas dois anos viu esse número desabar para a metade: foram vendidos 44.850 exemplares em 2010. O Bravo é o 18º carro mais vendido do segmento compacto.

A inspiração para o possível novo carro da Fiat será o Nissan Qashqai, sucesso de vendas na Europa. Apesar de ser um crossover, o carro da marca japonesa foi criado para roubar compradores do Golf -- e funcionou, porque em 2010 ele emplacou mais de 216 mil unidades. Mirar-se no Qashqai para enfrentar o Golf  é mais ou menos como imaginar o Ford EcoSport entrando na briga com os hatches médios do Brasil. É que na Europa a segmentação é principalmente por tamanho.

O novo carro da Fiat pode ser lançado em 2013. Se ele de fato matar o Bravo, este terá ficado seis anos no mercado, e muito abaixo da meta de vender 120 mil carros a cada 365 dias. Segundo o ANE, a Fiat precisaria emplacar 75 mil unidades/ano para lucrar com o Bravo, mas isso aconteceu apenas em 2007 e 2008.

No Brasil, o Bravo substituiu o Stilo três anos depois de tê-lo feito na Europa. É apenas uma especulação, mas se o mesmo cronograma for seguido por aqui, o estiloso e completo hatch médio, fabricado em Betim (MG), dura pelo menos até 2016. Neste ano, o hatch emplacou 2.597 unidades, de acordo com números da associação de distribuidores até o último dia 15. Está na 47º posição entre os carros de passeio no Brasil.