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Fiat Stilo Blackmotion é versão do hatch para quem gosta de aparecer

Eugênio Augusto Brito

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/09/2009 16h30

Lançado em março deste ano, o hatch Fiat Stilo Blackmotion deveria ser uma série especial do Stilo Sporting Dualogic, mas acabou vingando como versão topo do gama. Hoje, quase sete meses depois, ainda é raro vê-lo em circulação, o que não significa que não seja um bom negócio -- para quem está interessado no carro, deixe-se claro.

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    Stilo Blackmotion é versão topo da gama do hatch médio da Fiat com preço inicial de R$ 64.920

Fazendo as contas, a vantagem do Blackmotion está na oferta de equipamentos -- estão lá ar-condicionado digital de duas zonas com controle de poluição, bancos e volante revestidos com couro, câmbio Dualogic (automatizado) com borboletas de troca atrás do volante, airbags frontais, sistema HSD (High Safety Drive) com freios a disco nas quatro rodas e ABS, controle de tração, piloto automático, rádio com entrada USB, Bluetooth e subwoofer no porta-malas, rodas aro 17 na cor grafite, além do belo teto Sky Window, tudo de série. O preço inicial é de R$ 64.920.
 

COM MUITO ESTILO
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UOL Carros, porém, avaliou a versão completíssima, na cor preto Vesúvio (perolizado, que custa mais R$ 845, enquanto o preto Vulcano, liso, não tem custo adicional) com sensores de chuva e de iluminação com espelho retrovisor interno eletrocrômico (mais R$ 1.435), parafusos antifurto nas rodas (outros R$ 117), vidros traseiros elétricos (R$ 758 adicionais) e airbags laterais e de cortina (somando mais R$ 2.596). O custo final, deste jeito, salta para salgados R$ 69.826.

Fosse um Sporting Dualogic montado com a mesma cor e configuração similar, o preço inicial seria de R$ 62.110, mas o final saltaria para R$ 72.219. Ponto para o preto.

PRONTO PARA O DESFILE
No mercado há mais de sete anos, o Stilo mudou pouco neste tempo e a receita não se altera quando falamos da versão Blackmotion avaliada. É o mesmo hatch médio com bom espaço para quatro passageiros (um quinto ocupante acabará roubando o prazer de quem está sentado atrás e terá de equilibrar pernas sobre o túnel central) que ocupa apenas a quinta colocação no ranking de vendas da Fenabrave, com pouco mais de 7.500 unidades vendidas entre janeiro e agosto deste ano (nem 900 no último mês fechado).

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    Rodas aro 17, grade, frisos e adereços são pintados na cor grafite, formando belo conjunto

O que faz o Stilo ficar à frente apenas do Chevrolet Vectra GT e dos representantes importados, atrás de Chevrolet Astra (líder com cerca de 18 mil unidades no ano), Fiat Punto (2º), Volkswagen Golf e Ford Focus? Além do preço e do peso da idade (vale lembrar que o Fiat Bravo, já avaliado aqui em UOL Carros, é sondado como substituto), o principal fator é o desempenho, mais voltado para o conforto do que para a tocada. É como se o Stilo fosse um carro para desfilar, em velocidade reduzida. E o Blackmotion confirma esta vocação.
 

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    Com sua cor e seus detalhes em grafite, o Stilo Blackmotion forma um conjunto harmonioso, imponente. Imagine um passeio em baixa velocidade numa tarde ensolarada no final de semana, com as cinco lâminas do teto panorâmico Sky Window abertas. Muita gente nas calçadas, e mesmo outros motoristas, vão parar para admirá-lo, tenha certeza. É como se você colocasse sua melhor roupa preta, um par de óculos escuros e saisse para encontrar os amigos -- haverá comentários. A condução é macia, com suspensões assimilando bem as irregularidades do solo. A textura do revestimento interno, a perfeição do sistema de som e o funcionamento correto do sistema de ventilação o deixarão numa espécie de universo a parte, uma bolha de conforto dentro do mundo real.

    Se você decidir pisar um pouco mais no acelerador, porém, muitos também perceberão que tudo é mais fantasia do que traje habitual. Você mesmo, inclusive. E o problema não está no motor 1.8 de oito válvulas e quatro cilindros, capaz de gerar 112/114 cv a 5.500 rpm e empurrar o carro com torque de 17,8/18,5 kgfm a 2.800 giros (com gasolina ou álcool, respectivamente) e que segundo a fábrica pode fazer o 0 a 100 km/h em 10,6 segundos.
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      Quer rodar com um pouco mais de "pegada" a bordo do Stilo? Tenha paciência com o Dualogic

    O calcanhar-de-aquiles está no câmbio Dualogic, que substitui mal o pé esquerdo do motorista no acionamento da embreagem. No modo automático, buracos e soluços são a constante -- a marcha escolhida raramente é a ideal para o momento, o carro fica sem tração e, consequentemente, perde o embalo da aceleração. Para amenizar o quadro e irritar menos motorista e ocupantes, o ideal é utilizar o modo manual com a tecla Sport acionada (que eleva o giro do motor), utilizar as borboletas de troca e aliviar o pé do acelerador nos momentos de transição entre as marchas, mentalizando o uso da embreagem. E tentar manter a calma no momento em que o sistema não aceitar uma redução de marcha, levando o computador de bordo a emitir um bipe estridente por alguns segundos.

    Claro, o gerencimento problemático tem consequências mais sérias que a irritação do motorista. No caso, consumo elevado. Com cerca de 300 quilômetros percorridos no teste, principalmente dentro da cidade (onde o câmbio Dualogic pode ser melhor aproveitado, aliviando o trabalho do motorista em congestionamentos, por exemplo), o gasto médio apontado pelo computador de bordo foi de 5,3 km/l, com álcool.