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De pai para filho, de filho para pai... Moto reforça laços familiares

Na família Bueno foi o filho Felipe quem fez o pai Marco se interessar de novo por motos - Arquivo pessoal
Na família Bueno foi o filho Felipe quem fez o pai Marco se interessar de novo por motos Imagem: Arquivo pessoal

Arthur Caldeira

Da Infomoto

11/08/2016 16h02

O dito popular “Filho de peixe peixinho é” pode muito bem ser aplicado às motos. Afinal, muitos motociclistas herdaram de seus pais a paixão pelas duas rodas. Afinal, enquanto alguns pais têm pavor de imaginar suas "crias" pilotando, outros assumem papel de educador.

Para incentivar os filhos a gostar de motos vale levar a passeios na garupa, dar as primeiras aulas de condução e até mesmo levar para a pista fechada. Em homenagem ao Dia dos Pais, que será celebrado neste domingo (14), Infomoto conta algumas histórias de pais e filhos que viraram companheiros de jornadas motociclísticas.

Companheiros de viagens

Lucca Wolff Pimenta, 17, ainda não pode tirar a CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Enquanto a idade não chega, o pai Valdir Pimenta Jr., administrador de 47 anos, sempre o leva para passear na garupa de sua BMW R 1200 GS Adventure, incluindo excursões internacionais.

"Sempre pegamos a estrada nos fins de semana. Nossa primeira grande viagem juntos foi a Assunção (Paraguai). Ele adorou e se mostrou um excelente companheiro. Na moto a relação de confiança entre pai e filho aumenta", contou Valdir.

Pimenta "pai" aproveita os percursos para já ensinar a Lucca qual a postura correta e as melhores formas de se lidar com diversas situações. O grande sonho é vê-lo habilitado para continuarem a viajar juntos, porém em motos separadas.

"Quero uma aventura grande mesmo... Rodar seis meses toda a Europa ou os Estados unidos. Já tenho esta viagem pronta, cm roteiro, paradas, tudo", revelou. 

Valdir Pimenta Jr. e o filho, Lucca - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Valdir Pimenta Jr. já ambienta o filho Lucca aos passeios de moto mesmo antes dos 18
Imagem: Arquivo pessoal

"Harleiros" de sangue 

Até hoje o servidor público Alexandre Fagundes, 54, lembra-se do dia em que o pai militar o levou para uma apresentação do Exército com motos da Harley-Davidson. “Andei na garupa e, depois daquilo, passei a vida sonhando em ter uma Harley”, disse ele. 

O sonho foi realizado em 2012, e a paixão acabou "contaminando" o filho Érick. “Quando ele tinha 10 anos, comprei uma Honda Biz. Ele quis aprender e dava umas voltas no condomínio fechado em que morávamos”, relembrou.

Agora aos 21, Érick sempre pega emprestada a H-D Softail Deluxe da mãe, Denise, para ir às aulas de engenharia eletrônica na UnB (Universidade de Brasília). "Ela não gosta muito que ele ande de moto no trânsito todo dia, mas não tem jeito. O Érick gosta e já está guardando dinheiro para comprar a sua Harley", relatou.

A paixão é tanta que o pai já colocou o filho para fazer um curso de mecânica básica e outro de pilotagem específico para modelos da Harley. 

Alexandre e Èrick Fagundes: filho herdou do pai a paixão pela Harley-Davidson  - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Alexandre e Èrick Fagundes: filho herdou do pai a paixão pela Harley-Davidson
Imagem: Arquivo pessoal

Parceiros de pista

Este é um caso inverso: Marco Bueno, 60, havia deixado de andar de moto havia um bom tempo. Eis que o filho Felipe, 33, fez renascer o interesse do empresário. “Há cerca de cinco anos ele comprou uma Kawasaki Z 750 e me trouxe de volta ao guidão”, relembrou.

Motivado pelo filho, Marco ficou com a Kawasaki quando Felipe trocou a naked japonesa pela superesportiva inglesa Triumph Daytona 675.

A experiência do progenitor também trouxe a prudência de saber qual o local certo para acelerar uma máquina dessas: “A gente fazia uns passeios em estradas e o pessoal abusava. Alguns amigos sofreram acidentes e aí eu falei: 'estada não é lugar de acelerar. Melhor andarmos em uma pista'", contou.

Assim surgiu o interesse em fazer um curso de pilotagem e a tradição familiar de fazer track days em diversos circuitos espalhados pelo Estado de São Paulo, incluindo Interlagos. Hoje a dupla tem até uma Kawasaki ZX-6R preparada para andar só em pista fechada. 

Marco e Felipe Bueno: pai e filho aprenderam juntos a ser pilotos de track days - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Marco e Felipe Bueno: pai e filho aprenderam juntos a ser pilotos de track days
Imagem: Arquivo pessoal