Factor 150 aposta em economia e conforto para incomodar CG
Grande atração da Yamaha no Salão Duas Rodas 2015, mesmo em meio a outras motos mais potentes e tecnológicas, a Factor 150 era o “banho de realidade” necessário para aumentar a participação da marca no segmento urbano de entrada no Brasil -- o de maior volume do setor --, amplamente dominado pela Honda.
A produção começou em setembro de 2015 e, até o final do ano passado, foram fabricadas mais de 10 mil unidades. A versão de entrada, E, sai por R$ 7.390 (rodas raiadas e freios a tambor), mas a avaliação de Infomoto foi com a versão de topo ED (R$ 7.990), que é oferecida em quatro opções de cor (branca, laranja, preta e vermelha) e traz como grande diferencial o freio dianteiro a disco.
Bonita e econômica
Embora tenha linhas claramente inspiradas na nova CG 160, a Factor 150 agrada pelo visual. Farol esportivo em forma de diamante, aletas laterais e lanterna traseira bipartida dão toque arrojado ao modelo.
Seu motor de 149,3 cc e um cilindro, o mesmo da Fazer 150, é flex e agrega comando único no cabeçote (SOHC), injeção eletrônica e arrefecimento a ar. Entretanto, recebeu mudanças no ponto de ignição para ficar mais econômico. São 12,2/12,4 cv de potência (gasolina/etanol), a 7.500 rpm, e 1,28/1,29 kgfm de torque, a 5.500 giros.
Dados de força são menores que o da CG (14,9/15,1 cv e 1,47/1,61 kgfm), assim como a capacidade do tanque (15,2 litros contra 16,1), o que não chega a comprometer a autonomia. Até porque a grande sacada da Factor é ser extremamente econômica: em nosso teste, obtivemos média de 40,5 km/l mesclando uso urbano e estrada. Isso significa que a autonomia pode bater 600 km, dependendo do estilo de condução.
O desempenho na estrada, aliás, é satisfatório -- dentro das limitações de sua proposta, claro: a pequena street tem velocidade máxima de 120 km/h (nenhuma rodovia brasileira permite mais do que isso) e consegue manter com facilidade média de 90 km/h em subidas, ainda em quinta marcha.
Confortável
A Yamaha também acertou a fórmula de conforto e leveza. Pesando aoenas 126 quilos e tendo meros 73,5 cm de largura, a nova Factor 150 é fácil de pilotar em meio ao trânsito pesado. Posição relaxada e generosa camada de espuma no banco de dois níveis permitiram viagens rápidas de cerca de 70 km sem cansar o piloto.
O painel de instrumentos, completamente digital, facilita o acesso a todas as informações necessárias: velocímetro, conta-giros, hodômetros, marcador de combustível, indicador de marchas e até uma função chamada “Eco”, que acende no painel para indicar que o motor está trabalhando na faixa de rotação. Um erro de projeto, porém, foi deixar muito pequenos os números do conta-giros.
Comandos nos manetes são simples e incluem lampejador de farol alto, mas falta um botão “corta-corrente”, muito usado em paradas rápidas. Ruim continua a ser a alça da garupa, a mesma das primeiras YBR: uma peça simples, pouco ergonômica e que não combina com seu visual. Também faz falta um cavalete central, vendido somente como acessório.
Ciclística
Montada sobre um quadro tipo diamante feito em aço, a Factor 150 traz suspensão dianteira com garfo telescópico convencional e curso de 120 mm e suspensão traseira bichoque, com 92 mm de curso. Na traseira é possível regular a compressão da mola. Com tal conjunto, mais rodas de liga leve aro 18, a street se comportou bem nas curvas, transmitindo segurança ao encarar vias esburacadas.
Sistema de freios conta com disco de 254 mm na dianteira (esclusivo desta versão) e tambor de 130 mm de diâmetro na traseira. O sistema se mostrou adequado à proposta, muito em função do baixo peso, mas deve deixar a desejar nas versões mais baratas, munidas apenas de tambor.
Conclusão
A Yamaha acertou na fórmula de seu novo modelo de entrada: a Factor 150 é bonita, leve, confortável e econômica. É preciso investir na versão mais cara para ter acesso a tudo que ela oferece, verdade, mas seu preço é equivalente ao de partida da linha CG 160. Sem dúvidas, uma forte concorrente para o segmento.
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