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Conheça o novo motor e todos os detalhes da nova Honda CG 160

Aldo Tizzani

Da Infomoto

15/08/2015 10h00

Uma coisa precisa ser clara: nenhuma peça do motor de 150 cc da Honda é compatível com o novo de 160 cc, que passa a equipar a nova linha CG 2016.

O desafio da marca foi encontrar uma fórmula que equalizasse eficiência na combustão, economia de combustível e baixa emissão de poluentes. Agora com 162,7 cc, o monocilíndrico é uma evolução em termos mecânicos, mas também em desempenho, já que oferece maior potência e torque.

CG 150 vs. CG 160

CG 150
Potência: 14,2 cv a 8.500 rpm (gasolina)/14,3 cv a 8.500 rpm (etanol)
Torque: 1,32 kgf.m a 6.500 rpm (gasolina)/1,45 kgf.m a 6.500 rpm (etanol)

CG 160
Potência: 14,9 cv a 8.000 rpm (gasolina)/15,1 cv a 8.000 rpm (etanol)
Torque: 1,47 kgf.m a 6.000 rpm (gasolina)/1,61 kgf.m a 6.000 rpm (etanol)

Atender a novos níveis de emissões

O novo motor FlexOne (bicombustível) foi projetado para atender à segunda fase do Promot 4, que entra em vigor a partir de janeiro de 2016. Entre as novidades está a utilização de mais um balanceiro para diminuir a vibração e a fixação do eixo primário nas tampas laterais -- calçados em rolamentos.

Mas o conjunto manteve a arquitetura: monocilíndrico com comando simples no cabeçote (OHC), quatro tempos, arrefecido a ar, com injeção eletrônica. A marca, porém, trouxe inovações que prometem facilitar e baratear a manutenção.

Em comparação com a 150 cc, o cabeçote é totalmente diferente, pois é feito em peça única (o anterior era fabricado em duas partes). Com isso, houve uma pequena redução de peso e prevalece a máxima: quanto menos peças móveis, menos chance de problemas.

Outra grande diferença está no pistão: com saia mais curta e biela de curso mais longo, o conjunto tem menos áreas de atrito. Consequentemente, menos calor e mais eficiência energética. O novo motor também utiliza um rolamento de agulha no eixo do balancim, onde antes existia um esférico. De acordo com a Honda, a nova peça tem desgaste menor e exige menos manutenção.

Por fim, na CG 150 havia apenas uma mola para o retorno das válvulas. Já no comando simples da nova 160 cc há duas molas (uma delas é interna). O objetivo é que o retorno seja mais rápido, evitando flutuação.

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Manutenção e óleo a cada 6 mil quilômetros

"Para facilitar a manutenção do novo motor não é mais necessário desmontar o cabeçote para retirar o comando de válvulas: o acesso é feito por uma tampa lateral, tornando o trabalho mais rápido e simples", explica Eduardo Lima, instrutor técnico da Honda, garantindo que essa mudança deve agilizar revisões e simplificar possíveis reparos. A modificação possibilitou que a altura do motor diminuísse, formando um sistema mais compacto, apesar do aumento da capacidade cúbica.

Outra novidade é a localização da vareta de medição de óleo, que antes ficava ao lado da tampa de embreagem. Seu posicionamento agora está mais a frente, facilitando o manuseio para a verificação periódica do fluido. Além disso, o novo motor tem período de manutenção maior e exige troca de óleo a cada 6.000 km -- o antigo pedia troca a cada 4 mil. Na prática, isso reflete no bolso. E também é mais sustentável, já que menos óleo é descartado.

Com toda essa mudança, além do desempenho superior, o consumo também foi melhorado. Durante testes iniciais, foi possível registrar melhora de cerca de 8%. "Isso acontece porque o motociclista acelera menos para ter o mesmo desempenho”, argumenta Alfredo Guedes Jr, engenheiro da marca.