Veja dicas para comprar e manter sua primeira moto clássica
Motos antigas são tratadas com muito cuidado, pois são pouco usadas, até por serem mais complicadas de rodar, frear pior e "torcer" mais em curvas. Em outras palavras, raramente são veículos de uso diário, mas ainda assim são desejadas.
Qualquer motocicleta beirando os 30 anos tem seu valor, dependendo do estado de conservação. Segundo Diego Rosa, colecionador de motos dos anos 1980, modelos com pouco mais de vinte anos costumam valer mais a pena por custarem pouco. "Dá para comprar uma boa, deixá-la ótima e, em poucos anos, transformá-la em uma clássica de fato, passível de ganhar placa preta", explica.
Um bom exemplo é a carenada Honda CBR 450 SR, de 1987, que ainda pode ser encontrada em bom estado por cerca de R$ 8.500.
Três tipos de clássicas
O ideal é definir o modelo desejado e "garimpar" bons exemplares. Euller Heringer, outro colecionador, informa que existem três tipos de motos antigas: a toda original, que rodou pouquíssimo e é bastante valorizada; a "reformada", que passou por restauração sem critérios; e a moto íntegra que rodou bastante, a qual pede por uma restauração criteriosa, mas que tem baixo valor no mercado.
Para quem tem conhecimento mecânico e facilidade em conseguir peças, um modelo íntegro em detalhes e de preço acessível é uma ótima pedida. Os mais imediatistas, ou que não gostam de mecânica e de procurar peças, devem optar por um exemplar restaurado ou com placa preta. Encontrar a moto toda original com baixíssima quilometragem é realmente difícil.
Foco no projeto
Após definir o modelo da moto, vale pesquisar sobre a origem do modelo. Diego Rosa informa que propagandas de época, revistas e fotos ajudam a ter uma noção de como deve ser a motocicleta com suas peças originais.
É bom ficar de olho em componentes como painel, farol, guidão e escapamento. E ver se há cores que valem mais, como o amarelo diante do branco (na CG 125, por exemplo). "Muitas vezes é melhor comprar uma moto com a pintura original, queimada, do que uma com tanque brilhando e recém-pintado, mas em um tom diferente do original", avisa o especialista.
Há também motos que são pouco valorizadas, a exemplo das CB 450, bicilíndricas lançadas em 1983 que podem ser encontradas por preços ligeiramente maiores (ou similares) aos das primeiras CG -- pouco mais de R$ 6 mil. Segundo Rosa, Honda e Yamaha são as ideais para quem está começando uma coleção, pois em concessionárias mais tradicionais ainda existem peças originais.
Fazendo as contas
Rosa conta que as trails nacionais da Honda (XL 250 R e XLX 350 R) estão cada vez mais difíceis de se achar e, por conta disso, têm preço alto quando são vistas em bom estado. "Deve-se colocar o preço e o estado da moto na balança. Há pouco tempo, encontrei uma 250 R bonita nas fotos, mas restaurada com peças que não eram dela, por quase R$ 10 mil. Em outro site, encontrei o mesmo modelo, com 3.000 quilômetros, por R$ 15 mil. Ou seja, às vezes vale pagar mais."
Heringer complementa e diz que motos mais descaracterizadas podem servir de base para uma cafe racer. "Elas estão na moda, então vale a pena investir em modelos com estado razoável, faltando detalhes e peças difíceis de achar, porque aí dá para montar uma customizada", completa.
Quatro cilindros
O entusiasta que deseja uma moto maior, como uma Honda 750 de quatro cilindros (as CB Four dos anos 1970), deve preparar o bolso. Euller avisa que elas partem de R$ 20 mil e ainda pedem "mão-de-obra especializada". Da mesma forma, as Vespas, motonetas charmosas que atraem muitos motociclistas, também têm peças caras e difíceis de encontrar.
Em suma: o ideal é começar por baixo, tomar gosto pela coisa, e daí em diante ter o bolso como limite para investir em paixões. Normalmente, não dá lucro. Mas é um hobby que, tomadas as precauções básicas, dificilmente se perde dinheiro.
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