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Moto estreita laços entre pais e filhos; veja histórias

Gilberto Sacilotti (à dir.) e os filhos Ramon e Moara: pai incentivou o uso consciente da moto desde a infância; hoje, trio é companheiro de viagens - Arquivo pessoal
Gilberto Sacilotti (à dir.) e os filhos Ramon e Moara: pai incentivou o uso consciente da moto desde a infância; hoje, trio é companheiro de viagens Imagem: Arquivo pessoal

Cicero Lima

Colunista do UOL

08/08/2015 10h00

Sem dúvidas, o melhor presente que um pai pode ganhar no Dia dos Pais é a companhia dos filhos. Para os entusiastas das duas rodas, a data é um bom momento de estreitar laços e fazer um passeio de motos em família. É o caso dos motociclistas Fernando Zanforlin (pai) e José Albuquerque (filho), que usam as viagens de motocicletas para fortalecer o elo.

“A viagem fica mais divertida. Minha única preocupação é ser uma companhia alegre e positiva” afirma Fernando, empresário de 63 anos que anda de moto há 40 anos o prazer de estar ao lado do filho torna a viagem mais divertida. Os dois sempre rodar juntos pelo Brasil, a destinos como Serra do Rio do Rastro e do Corvo Branco (SC) e Parque Nacional de Itatiaia (RJ).

Durante os roteiros, o ímpeto do filho de 27 anos se complementa pela experiência do pai: “O ritmo de viagem depende não só da destreza do piloto ou da potência da moto, mas também das condições. Em situações de pouca luz, fica difícil saber se as manchas no asfalto são buracos, óleo ou água”, ensina Zanforlin pai. Afinal, viajar de moto em grupo significa cuidar de si e também dos companheiros. 

Fernando Zanforlin e o filho José Albuquerque Zanforlin - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Fernando Zanforlin e o filho José Albuquerque já rodaram quase o Brasil inteiro juntos
Imagem: Arquivo pessoal

Incentivo para seguir carreira

Para os irmãos Moara e Ramon Sacilotti, a motocicleta sempre esteve presente na relação familiar. Eles são pilotos de off-road e, juntos, participam do Rali dos Sertões. A prova, considerada uma das mais difíceis do mundo, exige habilidade, força física e muita concentração. Apesar do risco, os irmãos têm apoio incondicional do pai Gilberto Sacilotti. “Meu pai é nota 10 e sempre me deu muita força para pilotar, desde que eu era garotinha” destaca Moara.

Mesmo com a experiência de várias provas de resistência disputadas, a competidora ainda recorre ao pai nos momentos de aperto. “Quando acontece algo errado, ou a etapa é longa e cansativa demais, encontrá-lo ao final é meu maior conforto” relata.

Longe das competições, os irmãos também desfrutam da companhia do pai em passeios sem compromisso. “Infelizmente as oportunidades para andarmos juntos são poucas, mas proporcionam momentos inesquecíveis”, afirma Moara. 

Moara Sacilotti no Rali dos Sertões - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Apoio do pai levou Moara e Ramon Sacilotti a se tornarem pilotos profissionais
Imagem: Arquivo pessoal

Instruir é melhor que proibir

Mais do que unir a família, exemplos como os mostrados nesta matéria ajudam os pais a enxergar que, se usada com responsabilidade, a motocicleta pode proporcionar bons momentos.
Infelizmente, muitos pais tentam proibir os filhos de ter sua própria moto, atitude radical que, na maioria dos casos, não traz bons resultados.

Quantas vezes você ouviu falar de jovens que se deram mal em aventuras de moto escondidos dos pais?

O ideal é oferecer condições para que o jovem tenha formação adequada para ser um bom motociclista. Para que só pilote depois de ter a Carteira de Habilitação, com equipamentos de segurança e, o mais importante, que crie exercite a noção de responsabilidade no comando de uma moto.

Feito isso, vale a pena até pedir para dar uma volta na garupa do filho. Afinal, nada dá mais orgulho a um pai do que fazer parte de um momento em que o filho está sendo feliz fazendo algo que gosta.

Cicero Lima é especialista em motocicletas e motociclistas