Harley Low Rider passeia pela cultura de Belo Horizonte (MG)
É preciso subir o bairro das Mangabeiras, aos pés da Serra do Curral, para assistir ao pôr do sol ao fundo da vista panorâmica e compreender por que a capital mineira se chama Belo Horizonte. Inspirada nos modelos urbanos de Paris e Washington, a cidade foi construída para substituir a histórica Vila Rica, rebatizada de Ouro Preto, como sede do governo mineiro.
Conta com traçado geométrico, ruas em formato quadriculado e avenidas no sentido diagonal. Concentra edifícios públicos, comércio e as principais obras de infraestrutura no limite da avenida do Contorno, que circula toda a área central. E possui diversos cartões postais, tais quais a Praça da Liberdade, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha e a Igrejinha de São Francisco de assis.
Conhecer toda essa arquitetura pilotando uma Harley-Davidson Low Rider se mostrou experiência interessante, especialmente, em meio aos passeios em volta da metrópole, pelas montanhas, parques nacionais e cidades históricas, foi possível notar a paixão do mineiro pelas duas rodas.
Entre os bairros Belvedere e Cidade Jardim, e a vizinha Avenida Barão Homem de Melo, concentram-se várias lojas de acessórios e equipamentos e diversas concessionárias, que se transformam em um legítimo ponto de encontro. Na região fica a Harley-Davidson BH, que organiza passeios entre harlistas e ainda oferece, todo sábado, um caprichado café da manhã.
A companheira
Inspirada na cultura custom da década de 1970, a Harley-Davidson Low Rider (R$ 46.600) foi a companheira escolhida para a viagem porque, além de charme, oferece conforto para viagens longas: banco com encosto lombar, guidão com ajuste de altura e excelente torque proporcionado pelo motor V2 de 1.585 cm³ em baixas e médias rotações (são 12 kgfm entregues a 3.500 rpm).
Com consumo médio de 17 km/l e tanque com capacidade para 17,8 litros, a Low Rider tem autonomia próxima a 300 quilômetros, o que significou, numa viagem de 1.300 km de São Paulo a Belo Horizonte, quatro paradas para reabastecimento.
Os freios com ABS são seguros e eficientes, enquanto as suspensões têm firmeza para uma tocada segura e equilibrada. É uma boa opção para quem precisa viajar e ainda enfrentar o cotidiano de qualquer cidade.
Roteiro gastronômico
Conhecer a culinária local é obrigação e, dentre os inúmeros bares e restaurantes espalhados pelos bairros, destacam-se as regiões da Savassi, de Lourdes e do Carmo Sion. Confira alguns pontos de destaque do Roteiro “comida de boteco” (para acessar o site e ter mais informações sobre os estabelecimentos, basta clicar no link em cima dos nomes):
- Chuck Wash: mistura lava-rápido, boutique e pub, sendo referência entre os motociclistas mineiros. A recepção na porta é feita por uma pequena e rara Husqvarna custom do final da década de 1940. Famoso pelos espetinhos de carne, oferece mesa de bilhar e muitas referências ao mudo das duas rodas. Rua do Ouro, 835, Serra, (31) 3223-6610.
- Ali-Ba-Bar: lotado em frente ao Monumento ao Motociclista, promove reuniões de motociclistas às quintas e traz no cardápio itens como a picanha grelhada acompanhada de batata ao creme de gorgonzola e farofa de banana na folha.
- Centro Cultural da Pinha: com uma das melhores vistas da cidade, oferece decoração temática com bombas de combustíveis antigas e até uma motocicleta de ferro, com quadro em forma de guitarra. Av. Otacílio Negrão de Lima, 5.111, Pampulha. (31) 3497-5359.
- Casa Cheia: localizada no Mercado Central, conta com pratos como o tradicional fígado e pernil grelhado na chapa com jiló acebolado, ou o Mexidoido Chapado, preparado com iscas de alcatra, lombo, linguiça, bacon e legumes.
- Mercadão Central: reduto de pratos, temperos, frutas, flores, artesanato e vários outros fragmentos da cultura popular mineira.
Roteiro Cultural
BH possui inúmeras construções históricas que guardam a genialidade de Oscar Niemeyer, Burle Max e Cândido Portinari.
- Lagoa da Pampulha: idealizada por Oscar Niemeyer, conta com a Igreja de São Francisco, o Museu de Arte Moderna e a Casa do Baile, construções geradas sob as perspectivas desenvolvimentistas do então prefeito Juscelino Kubitschek, nos anos 1940. Candidata a Patrimônio Cultural da Humanidade.
- Praça Rui Barbosa: antiga Praça da Estação, centraliza um circuito cultural formado pelos prédios do Museu de Artes e Ofícios, Casa do Conde de Santa Marinha, Centro Cultural da Universidade Federal de Minas Gerais, Viaduto de Santa Tereza e Serraria Souza Pinto. Quase todos os prédios são dos anos 20, formando um dos principais acervos do estilo neoclássico da cidade.
- Circuito Cultural Praça da Liberdade: é o maior complexo cultural do país, integrando 12 espaços como bibliotecas, centros de arte popular, memoriais e museus.
- Museu Histórico Abílio Barreto: conta com uma numerosa pinacoteca, esculturas, objetos decorativos, fragmentos construtivos originários de prédios públicos e privados demolidos, mobiliário, vestuário, utensílios domésticos e de uso pessoal, objetos de iluminação e de transporte, equipamentos e instrumentos de trabalho. Há na área externa uma locomotiva de madeira, batizada de “mariquinha”, datada do final do século XIX; um bonde e também um carro-de-boi.
Passeios no entorno
O entorno da capital mineira também merece um roteiro de visitas, embora exija que o turista tenha mais do que um feriado prolongado, já que as distâncias são longas. Mas vale a pena. Confira algumas das opções:
- São Sebastião das Águas Claras: também conhecida como Vila dos Macacos, localiza-se em Nova Lima, região metropolitana. Rodeada de rios e belas montanhas.
- Sabará: cidade que nasceu como ponto de descanso para os bandeirantes paulistas, hoje atrai turistas ávidos por conhecer mais de três séculos de história.
- Inhotim: localizado em Brumadinho, é o maior Centro de Arte Contemporânea a céu aberto do mundo, encravado no meio da natureza.
- Serra do Cipó: parque nacional criado para proteger as nascentes dos rios Cipó e do Peixe, além das extensas e ricas áreas de vegetação.
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