Ducati Monster 821, R$ 43.900, tem tecnologia para domar seus 112 cv
Quando surgiu, em 1993, com desenho minimalista e proposta amigável, a Ducati Monster não fazia ideia de como viria a contribuir para o crescimento da empresa. Desde então, o modelo responde por quase metade das vendas da marca.
Fiel ao design original e ainda mais segura, a nova Monster 821 espera fazer o mesmo papel no mercado brasileiro: atrair mais clientes. "Acredito que o Brasil tenha um grande potencial. Essa nova Monster, mais versátil e amigável, vai permitir que a Ducati chegue a mais pessoas", afirmou o recém-nomeado "COO" da Ducati, Antonino Labate, chefe da marca no Brasil.
Para chegar a isso, a caçula da família naked ganhou um novo motor -- mais suave e com arrefecimento líquido -- e um completo pacote eletrônico para ficar mais segura. A Monster 821 lembra visualmente a "irmã" de 1.200 cc, mas vai custar cerca de R$ 20 mil a menos: R$ 43.900. Será o modelo de entrada da marca italiana no Brasil (substitui a versão anterior, 796, que era vendida a R$ 37.900). Ela será montada na fábrica da Dafra em Manaus (AM) e será vendida apenas nas cores preta e vermelha.
O preço, porém, pode dificultar os planos, já que ela é mais salgada que seus principais concorrentes: a BMW F 800R, por exemplo, também é equipada com controle de tração e freios ABS e custa R$ 37.900; a Kawasaki Z 800, com motor de quatro cilindros e 115 cv, sai por R$ 40.990 na versão com ABS.
Motor
A principal novidade da "Monstrinha" é o Testastretta 11º, também utilizado na linha Hypermotard. Com dois cilindros em "L" (um "V" a 90º), 821 cc, oito válvulas e arrefecimento líquido, trata-se de um dos melhores motores da empresa: seu funcionamento é mais "liso" que o anterior (803 cc com refrigeração a ar) e ainda oferece mais potência e torque -- são 112 cv a 9.250 rpm e 9,12 kgfm a 7.750 rpm.
A principal melhoria vem do torque em baixos e médios regimes de rotação. Se o motor anterior acordava acima de 4.000 giros, o novo demonstra vigor a partir de 2.500 rpm, exigindo menos trocas de marchas do câmbio de seis marchas. Vale destacar a leveza da embreagem de acionamento hidráulico com sistema deslizante, que diminui os trancos nas reduções.
Tecnologia embarcada
Além de trabalhar em uma temperatura mais adequada, o novo motor conta com auxílio eletrônico para ser mais amigável. Equipada com acelerador ride-by-wire, a Monster 821, a exemplo da 1200, ganhou três modos de pilotagem, que regulam também o controle de tração e os freios ABS.
No modo "Sport", são 112 cv e respostas brutas, além de menos intervenção do controle de tração e do ABS. No "Touring", a moto tem a mesma potência, mas a resposta do acelerador é mais suave e a atuação dos sistemas de segurança, maior. No "Urban", a Monster não é tão "monstra" e tem apenas 75 cv, com respostas suaves e o máximo em segurança. Tudo ajustado por botão no punho.
Juntamente com o pacote de segurança da Ducati, a naked de 821 cc ganhou painel digital semelhante ao da 1200. Embora não traga a tela colorida que varia de acordo com os modos de pilotagem como na irmã maior, ele tem o mesmo formato e fácil visualização. O único pecado é não ter marcador de combustível.
Ficha Técnica: Ducati Monster 821
- Preço: R$ 43.900
- Motor: Dois cilindros em "L", quatro válvulas por cilindro, comando desmodrômico e refrigeração líquida.
- Potência: 112 cv a 9.250 rpm.
- Torque: 9,2 kgfm a 7.750 rpm.
- Câmbio: seis marchas, transmissão final por corrente.
- Alimentação: injeção eletrônica e partida elétrica.
- Suspensão: Garfo telescópico invertido de 43 mm diâmetro e 130 mm de curso na dianteira; balança com amortecedor Sachs com ajuste na pré-carga e 140 mm de curso na traseira.
- Freios: Disco duplo semi-flutuante de 320 mm com pinças monobloco radiais da Brembo na dianteira; disco simples de 245 mm com pinça de dois pistões e ABS na traseira.
- Rodas e pneus: Pirelli Diablo Rosso II 120/70 R17 na dianteira e 180/60 R17 na traseira.
- Dimensões: 2.154 mm x 867 mm x 1.061 mm (CxLxA).
- Peso: 179,5 kg (a seco).
- Tanque: 17,5 litros.
Visual
O farol excêntrico com iluminação em LED e o robusto tanque de 17,5 litros reforçam a sensação de que o modelo 821 é uma mini-1200. Até o quadro é o mesmo: em treliça e fixado nos cabeçotes. Semelhante também é o sistema de escapamento que chama a atenção pelas curvas exageradas e emite um grave e compassado ronco pela ponteira dupla pintada de preto.
A diferença mais marcante, além da capacidade do motor, está no conjunto de suspensões. Na dianteira, o garfo telescópico invertido da Monster 821 não traz regulagem e, na traseira, há uma balança convencional em alumínio no lugar do monobraço. Na prática, a diferença é nula, mas isso desagrada aos fãs mais conservadores.
Nos freios, conjunto digno de esportivas: discos de 320 mm mordidos por pinças monobloco da Brembo na dianteira e um disco de 245 mm com pinça de dois pistões na traseira. São mais que suficientes para frear os 179,5 kg da Monster 821.
E na cidade?
A posição de pilotagem é típica da linha Monster: ereta, porém com o tronco levemente inclinado à frente e com um largo guidão, que facilita nas mudanças de direção. A 821 tem uma vantagem em relação à sua irmã maior: o banco é mais baixo e pode ser ajustado entre 785 e 810 mm do solo.
Com os pés apoiados no chão, manobras tornam-se fáceis e há mais segurança para driblar carros em congestionamentos. O pneu traseiro de 180 mm (contra os 190 mm da 1200) deixa a "Monstrinha" ágil e fácil de deitar em curvas.
O lado chato de rodar na cidade é a temperatura que vem da cabeça de um dos cilindros -- um tempo a mais gasto em um semáforo ou simplesmente com a moto parada faz a parte interna coxa esquentar. Mas, de modo geral, o caráter urbano não ficou apenas no discurso: a nova Monster 821 é mais amigável que a 796.
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