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Kawasaki espanta crise e apresenta novos modelos na linha 2016

Linha 2016 chega até o final do semestre com novos modelos e repaginações - Arte UOL Carros
Linha 2016 chega até o final do semestre com novos modelos e repaginações Imagem: Arte UOL Carros

Carlos Bazela<br>Aldo Tizzani

Da Infomoto

08/04/2015 21h32

A Kawasaki não quer ouvir falar em crise no mercado. "Quando chegamos, em 2008, o Brasil também se encontrava em um mau momento, como agora. Mas não precisamos mais falar sobre isso. Vamos conhecer os modelos 2016 da Kawasaki que estarão nas concessionárias até junho", avisa Ricardo Suzuki, o consultor de Marketing da empresa que tem sobrenome de fabricante rival.

Suzuki apresentou os seis novos modelos que a Kawasaki venderá no Brasil até o final deste primeiro semestre. Entre as novidades estão a exclusiva Ninja H2, a aguardada naked Z300 e a custom Vulcan S, todas já disponíveis nos mercados europeu e norte-americano. Já entre os modelos que passaram por reformulações, passam a ser 2016 os modelos da família Versys e a pequena KLX 110, que passa a ser produzida na fábrica da empresa em Manaus (AM).

Ninja H2

A grande estrela da Kawasaki é sua nova superesportiva, que atraiu as atenções de todos os lados. Para explicar os conceitos que nortearam o desenvolvimento da superbike, que traz um motor de 1.000 cc sobrealimentado com compressor, ninguém melhor do que o líder do projeto, Satoaki Ichi. "Nós falamos com diversos pilotos e todos eles disseram sentir falta daquela sensação de aceleração extrema em motos atuais. Por isso, fizemos as Ninjas H2 e H2R, justamente para atender a essa expectativa", explicou o executivo.

Desenhada pelo departamento aeroespacial da Kawasaki, a moto chama a atenção pelas linhas dinâmicas; pelo farol, formado por um único canhão de luz central; e pela pintura com camadas de prata, num tom espelhado que oscila entre prateado e preto conforme a luz. Entretanto, cada detalhe da moto, desde as "asas" que seguram os retrovisores até o quadro treliçado feito em aço, foi planejado tendo em mente uma particularidade: o motor de quatro cilindros em linha, de 998 cc, com compressor centrífugo (supercharger). Além de atender à necessidade de aceleração mencionada por Ichi, ele é leve e compacto. "Existe um atraso quando se usa um motor com turbocompressor, o 'lag'. Com o supercharger, isso não existe", comenta o líder de projeto.

Falando em termos de potência, a H2 supera a ZX-10R, uma vez que seus 210 cv -- já com atuação do sistema de indução de ar -- são obtidos mais cedo, a 11.000 rpm. Já o torque máximo é de 13,6 kgfm, a 10.500 giros. Quando as curvas de potência e torque das duas motocicletas são comparadas, a H2 se destaca, revelando a aceleração mencionada pelo executivo. "Além da atenção à potência, fizemos com que o torque fosse entregue de forma mais suave linear em baixos giros", ressalta, reiterando que fazer uma moto relativamente fácil de pilotar também era parte importante na concepção da H2.Segurar a potência da Ninja H2 é tarefa para os dois discos dianteiros de 330 mm mordidos por pinças da grife Brembo de quatro pistões e fixação radial. Na traseira, outra pinça de pistão duplo da marca italiana aperta um disco com 250 mm de diâmetro. O trabalho é facilitado pelos freios com sistema ABS.

Eletrônica, aliás, não falta à superbike. Controle de tração com até nove opções de regulagem (KTRC), controle de largada (KLCM) -- para prevenir empinadas e derrapagem -- e câmbio quickshift para subir marchas sem uso da embreagem (KQS) estão presentes. E eles ainda são auxiliados por um controlador que atenua o funcionamento do freio motor (KEBC) e por um amortecedor eletrônico de direção, desenvolvido em parceria com a marca Öhlins, justamente para garantir estabilidade e altas velocidades.

No quesito ergonomia, outra novidade em relação às superesportivas convencionais: a posição de pilotagem foi pensada também para circuitos. Mas, segundo a Kawasaki, ela é mais relaxada do que na ZX-10R, embora o piloto permaneça debruçado sobre o tanque. Um dos fatores que contribui para isso está no assento, que além do apoio lombar, recebe auxílio de dois suportes laterais acolchoados, que ajudam a acomodar o condutor. Os apoios nos flancos podem ser ajustados em 15 mm -- a altura do assento é de 825 mm.

Z300

A pequena naked Z300 causou furor. Com visual agressivo, herdado da Z800 -- até em pequenos detalhes, como nas pequenas letras "Z" gravadas no assento --, a moto tem tudo para ser um dos grandes trunfos da Kawasaki no Brasil.

Se por fora a inspiração visual veio da naked mais forte, "por dentro" a moto reproduz características mecânicas de outro projeto certeiro da marca japonesa: a Ninja 300. Por isso, ela traz os mesmos quadro tipo diamond feito em aço e motor de dois cilindros paralelos de 296 cc da miniesportiva. Números de potência e torque também são os mesmos: 39 cv a 11.000 rpm e 2,8 kgfm a 10.000 giros.

O preço, ainda não confirmado pela empresa, também não deve ficar distante da Ninja 300. "Não deve ficar muito abaixo. Por mais que a carenagem seja diferente, os processos produtivos são praticamente os mesmos da Ninja 300", comentou Ricardo Suzuki. Espete por algo entre R$ 17 mil e 19 mil para as versões standard e ABS, respectivamente. No Brasil, os preços da Ninja 300 vão de R$ 18.990 a R$ 21.990. A Z300 chega em julho nas cores verde, cinza e laranja para a versão de entrada; a moto com ABS será vendida apenas na cor verde.

Vulcan S

Já lançada na Europa e nos Estados Unidos, a Vulcan S também foi confirmada para o Brasil. No visual, a custom traz painéis pintados em preto fosco que contrastam com outros em acabamento metálico, localizados no início da balança traseira e nos cabeçotes do motor. Esse encontro de tons ajuda a conferir um visual atual e jovem, público, aliás, que a Kawasaki busca atingir com o modelo. A moto ainda traz características de outros modelos de 650 cc -- entre elas, a mola horizontal aparente da suspensão traseira e o painel de instrumentos, que equipam a esportiva Ninja 650 e a naked ER-6n.

O motor também é o mesmo: um bicilíndrico paralelo de 649 cc com arrefecimento líquido. De acordo com a marca, ele foi regulado para oferecer entrega de potência amigável, o que é um atrativo para pilotos menos experientes, que demandam aceleração mais suave. Em números, o desempenho é de 61 cv de potência máxima a 7.500 rpm, enquanto o torque máximo é de 6,4 kgfm, disponíveis aos 6.600 giros. O câmbio tem seis marchas.

O público feminino também deve ficar satisfeito com o lançamento. A estratégia de conquistar as mulheres vem desde o lançamento, tanto que quem levou a motocicleta ao palco foi a piloto Sabrina Paiuta. A Vulcan S tem assento a 705 mm do chão e, para oferecer confiança aos pilotos, as pedaleiras podem ser reguladas em três posições, o que deve facilitar a vida de quem não se sente à vontade em guiar com as pernas esticadas.

A custom é montada sobre um quadro perimetral de aço e conta com freios a disco em ambas as rodas, sendo que na dianteira, de 18 polegadas, a peça tem 300 mm de diâmetro e é mordida por pinça de pistão duplo. Já na roda traseira, aro 17, uma pinça de um pistão morde o disco de 250 mm de diâmetro. A Vulcan chega em junho nas cores preto e branco perolado para a versão standard e roxo metálico para o modelo equipado com freios ABS. Os preços não foram revelados, mas devem começar na casa dos R$ 30 mil.

Kawasaki KLX 110 - Divulgação - Divulgação
Kawasaki KLX 110, nacional, chega com foco no público infantil por R$ 7.990
Imagem: Divulgação

KLX 110

Outra novidade é a pequena KLX 110. Modelo de entrada entre as opções offroad da marca, ela chega com foco no público infantil por R$ 7.990 a partir de maio.

Equipada com motor monocilíndrico quatro tempos de 112 cc e comando único no cabeçote (SOHC), a pequenina chega aos 7,3 cv de potência (a 7.500 rpm) e 0,82 kgfm de torque (4.000 giros). Leve, com apenas 76 kg (em ordem de marcha), a KLX traz câmbio rotativo de quatro marchas com embreagem centrífuga.

Versys 650

A crossover de média cilindrada foi outra novidade anunciada. Com visual mais moderno, elaaproveita a potência extra no motor bicilíndrico e o tanque de maior capacidade para focar ainda mais em viagens mais longas. Com a reestilização, a Versys recebeu carenagem e conjunto óptico semelhantes aos da Ninja 650 -- com quem divide o motor, aliás.

O parabrisa estreito também deu lugar a outra peça, mais larga e com regulagem de altura manual, sem a necessidade de ferramentas. Grandes aletas laterais foram colocadas para proteger o radiador e diminuir turbulências.

O motor de dois cilindros recebeu 5 cv a mais, chegando a 69 cv (7.000 rpm). O torque também aumentou, para 6,5 kgfm a 7.000 rpm, e o tanque está maior, chegando a 21 litros. Já os freios mantiveram discos duplos com 300 mm mordidos por pinças de dois pistões na dianteira, enquanto na traseira recebeu um disco maior, com 250 mm de diâmetro e pinça de um pistão.

A Versys 650 continua sendo vendida nas versões standard e com ABS. Disponível já neste mês de abril, ela custa R$ 32.990 e R$ 35.990, respectivamente. Ambas as opções serão disponibilizadas nas cores verde e preta.

Kawasaki Versys 1000 - Divulgação - Divulgação
Kawasaki Versys 1000 está mais confortável e convidativa para longas viagens
Imagem: Divulgação

Versys 1000

Da mesma forma que acontecia com a geração anterior, a Versys 1000 partilha o design do modelo de 650 cc. Nesse caso, a inspiração para reformular a "irmã maior" foi a mesma: deixá-la mais confortável e convidativa para viagens. O conjunto ótico duplo, a nova carenagem com maior proteção aerodinâmica e o parabrisa ajustável sem a necessidade de chaves estão presentes, assim como na 650. Protetores de mão e cavalete central, outros itens que ajudam o piloto a enfrentar grandes distâncias, também foram incorporados na crossover.

A arquitetura de quatro cilindros em linha do motor foi mantida. Entretanto, ele está mais potente e agora produz 120 cv a 9.000 rpm. O torque ainda é de 10,4 kgfm, mas chega antes, aos 7.500 giros. Já o câmbio de seis marchas passa a contar com auxílio de uma embreagem deslizante, presente nas superbikes. O aumento na potência também resultou em discos de freio com diâmetro maior: 310 mm nos dois dianteiros e 250 mm atrás. Na Versys 1000 o freio ABS é de série. Com as novidades, ela "engordou" dez quilos, chegando a 250 kg (em ordem de marcha).

Os itens eletrônicos da geração anterior continuam, como os dois modos de entrega de potência -- full e low -- e o controle de tração com até três níveis de ajuste. O modelo standard chega às revendas em abril por R$ 53.990 nas cores laranja ou preta. A Kawasaki também confirmou a chegada da versão Gran Tourer, que traz malas laterais rígidas, top case e faróis de neblina, mas não informou o valor e sua data de disponibilidade.