Honda NC 750X, R$ 28.990, fica mais esperta... só na estrada
De longe, fica até difícil diferenciar a nova NC 750X -- já à venda no Brasil, a partir de R$ 28.990 -- de sua antecessora, a 700X. A principal diferença está escondida sob o quadro: é o motor de 750 cc, capaz de produz mais potência (54,8 cv, a 6.250 giros) e torque (6,94 kgfm, a 4.750 giros).
A crossover também recebeu outras melhorias: painel mais completo, novos pneus e eixo balanceiro extra, para diminuir as vibrações do motor, são algumas delas. Freios com sistema ABS (antitravamento), entretanto, só estão presentes em versão de R$ 31.100.
Para descobrir, na prática, o que realmente mudou, Infomoto convidou Tadeu Vieira, mecânico industrial em Bragança Paulista (SP) e proprietário de uma antiga NC 700X, para ajudar a avaliar a nova linha.
Potência maior, consumo igual
Para aumentar em 50 cc a capacidade cúbica do motor, a Honda aumentou em 4 milímetros o diâmetro dos dois cilindros. Foi o suficiente para fazer crescer em 8% o torque e em 4% a potência. Vieira só sentiu diferença de desempenho entre as duas na estrada, quando teve maior liberdade para acelerar. "Realmente, parece que ela tem um pouco mais de pegada", comentou.De fato, é fora da cidade que as qualidades da NC 750X se destacam mais: rodando em terceira marcha, por exemplo, ela consegue superar 120 km/h e só corta o giro a 7.000 rpm. Já a antecessora é 5 km/h mais lenta e acusa o limite em 6.500 rotações. Parece pouco, mas já é o suficiente para permitir ultrapassagens sem tantas dificuldades. Alternando entre uma e outra, também se percebe o quanto diminuíram os níveis de vibração e ruídos.
Já a promessa de que a NC 750X seria mais econômica que a 700X não se cumpriu: em trecho de 120 quilômetros, rodando em velocidade e com tocada parecidas, o consumo médio de gasolina ficou em 31 km/l.
Outras mudanças
Outro aprimoramento importante foi a inclusão de indicador de marchas no painel. “O conta-giros da 700X não permite uma visualização tão rápida”, observou Tadeu Vieira. Além disso, o computador de bordo da motocicleta informa consumo médio, instantâneo e autonomia. O banco também está mais largo e confortável, e com novo tecido que oferece maior aderência nas frenagens e mudanças de direção.
Já os freios mantiveram disco simples de 320 mm na dianteira, com pinça de dois pistões, sendo 240 mm e pinça de pistão único na traseira. A grande alteração, contudo, está na retirada do sistema de frenagem combinada para a versão ABS, que acionava simultaneamente os dois freios. Agora, o funcionamento dos discos é independente, o que só contribui para quem quer pilotar de forma mais esportiva.
O compartimento para bagagens, existente no lugar do falso tanque combustível, e que acomoda até um capacete fechado, é outro item de destaque, deixando a NC 750 com capacidade de carga semelhante ao de um scooter.
Conclusão
Sendo comparada diretamente com sua antecessora, a NC 750X mostrou que oferece dinamismo e conforto para viajar centenas de quilômetros sem cansar. Para quem busca esportividade, entretanto, o ganho de potência não é o bastante para empolgar. O visual -- diferente só pelo adesivo na lateral e pela pintura do motor, em grafite -- também mudou pouco: faltou ousadia na hora de escolher cores e design dos grafismos. É, portanto, um modelo racional, feito para quem quer simplesmente curtir a estrada.
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