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Longe do Brasil, Yamaha R1 tem visual futurista e tecnologia de corrida

Carlos Bazela

Da Infomoto

20/03/2015 20h30

Em 17 anos de existência, nunca a Yamaha YZF-R1 havia sofrido mudança tão radical. Apresentada no Salão de Milão 2014, a nova geração da superesportiva chega totalmente renovada aos mercados europeu e americano, para mostrar que potência, tecnologia e estilo precisam andar cada vez mais de mãos dadas nesse segmento.

O modelo já está disponível na Europa e Estados Unidos, onde parte de US$ 16.490 (cerca de R$ 53 mil). Ainda não há previsão de chegada ao Brasil, mas certamente o valor por aqui será mais alto -- por comparação, a geração antiga, bem menos tecnológica, é vendida por R$ 65.500.

Traços tradicionais da R1, como o grande conjunto óptico duplo, foram abandonados. No lugar, entraram linhas inspiradas YZR-M1, protótipo com o qual a marca japonesa compete no Mundial de MotoGP. A solução deixou a superbike com aspecto futurista, visível nos cortes laterais da carenagem e nos discretos faróis de LED encrustado na dianteira -- com direito a iluminação diurna e dois canhões de luz em forma de diamante acima da roda dianteira.

Yamaha YZF-R1 2015 - Divulgação - Divulgação
Conjunto óptico é um dos pontos mais arrojados da nova R1: faróis em formato de diamante e filetes de LED formando luzes diurnas dão ar de máquina do futuro
Imagem: Divulgação
A rabeta recebeu linhas mais leves, compostas por dois painéis vazados, que convergem em uma estrutura central, e uma lanterna vertical em LED. Já a arquitetura do subquadro, mais aerodinâmica, volta a carregar apenas um escapamento -- poligonal e bem rente à moto, para não atrapalhar a inclinação nas curvas --, do lado direito, assim como na primeira geração.

Novo motor

Mudanças também ocorreram no conjunto mecânico: o motor da R1 está mais compacto, leve e potente. Trata-se de um 4-cilindros em linha de 1.000 cc, composto por diversas peças em carbono e titânio. A promessa é que o torque seja entregue de forma mais linear, otimizando o desempenho.

Com outras soluções vindas das pistas da MotoGP, como virabrequim crossplane e nova mistura do ar com o combustível, a superesportiva passa a entregar 200 cv de potência (a 13.500 rpm) e 11,5 kgfm de torque (a 11.500 giros). Devido ao peso de 199 quilos em ordem de marcha, a relação peso-potência ficou em menos de 1 kg/cv. 

A moto ainda traz tanque com capacidade para 17 litros e transmissão de seis velocidades com embreagem deslizante. O conjunto é assistido eletronicamente pelo sistema quickshift (QSS), que, através de sensor posicionado na alavanca de câmbio, antecipa as subidas e proporciona trocas mais suaves.

No quesito suspensão, tanto o garfo dianteiro invertido quanto a balança monoamortecida com link têm curso de 120 mm. Para segurar os 200 cv, a superesportiva conta com dois discos de freio de 320 mm na roda dianteira, e um de 220 mm na traseira. A grande novidade é o auxílio do ABS (sistema antitravamento) com distribuição eletrônica da frenagem.

A nova YZF-R1 também está mais curta e estreita. O comprimento caiu 2 cm (para 2,05 metros), enquanto a largura foi reduzida em 2,5 cm (para 69 cm). Por outro lado, a altura do assento aumentou em 2 cm, deixando o piloto a 85,5 cm do solo.

Auxílios eletrônicos

O cardápio de assistências da R1 é um dos mais completos da atualidade: são quatro modos de entrega de potência e controles de tração (ajustável em nove níveis), empinada (em três níveis) e largada (este não deixa o motor passar de 10.000 rpm nas arrancadas), além dos já mencionados ABS unificados e câmbio eletronicamente assistido. Há também quatro modos de pilotagem, que ajustam automaticamente todas os outros sistemas. 

Yamaha YZF-R1 2015 - Divulgação - Divulgação
Série especial R1M, em tom exclusivo de prata e preto, cobra US$ 21.900 (R$ 70.000) e aumenta esportividade com peças em fibra de carbono, suspensões eletrônicas e um sistema chamado CCU (Unidade de Comunicação e Controle); instalado na rabeta, ele se conecta via satélite com celulares Android e armazena, via aplicativo, dados da pilotagem; além disso, permite ajustar comandos eletrônicos à distância
Imagem: Divulgação
Com tanta tecnologia, a Central Eletrônica (ECU) age como um verdadeiro cérebro, monitorando constantemente informações como inclinação, aceleração e frenagem da moto. Dessa forma, otimiza o desempenho de todas as assistências e garante segurança para o piloto. O controle de tração, por exemplo, não atua somente de acordo com a perda de aderência da roda traseira, mas também baseado no ângulo de inclinação.