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Yamaha pensa nos baixinhos, tira altura e coloca ABS na Ténére 660

Arthur Caldeira

Da Infomoto

28/11/2014 17h42

Descendente de uma linhagem de aventureiras que fez muito sucesso nos anos de 1990, a Yamaha XT 660Z Ténéré recebeu atualizações importantes para 2015. Ficou mais segura, agora dotada de sistema de freios ABS. E também mais baixa: o curso das suspensões foi reduzido e a altura do banco caiu de 896 mm para 865 mm. Entretanto, o preço da Ténéré 660 com controle antitravamento subiu para R$ 32.990 – a versão sem ABS segue a R$ 29.920.

Novas cores e grafismos também deram uma renovada na aparência da Ténéré 660 -- destaque para a opção cinza fosco com o logotipo laranja do Deserto de Ténéré, de onde veio a inspiração para o nome da moto. No restante, a bigtrail de média capacidade manteve as características que a faz ser amada por uns e muito criticada por outros. Ficou, porém, acessível aos motociclistas de até 1,75 m que antes mal conseguiam apoiar a ponta dos pés no chão.

UM CILINDRO BRUTO
Além do visual aventureiro, a característica mais marcante da Ténéré 660 é seu motor de um cilindro, com 659,7 cm³ de capacidade, SOHC, quatro válvulas e refrigeração líquida. É o mesmo que equipa a XT 660R, porém reajustado para funcionar melhor em baixos e médios regimes.

Bruto, tem mais força nas acelerações do que potência em altos giros. São modestos 48 cv de potência máxima a 6.000 rpm e 5,92 kgfm de torque a 5.500 rpm, que "acabam" cedo e não levam a moto acima dos 175 km/h. A última marcha no câmbio de cinco velocidades chega depressa e é preciso buscar a faixa de rotações correta, sendo ideal rodar acima dos 3.000 giros para evitar um apagão -- o já famoso “poft”, que costuma acontecer quando se está em uma marcha alta com o motor em torno dos 2.000 giros.

Também não é dos mais econômicos: o consumo varia entre 17 e 19 km/l. Com seu tanque de 23 litros de capacidade, a autonomia supera os 400 km -- uma qualidade do modelo para quem vai pegar a estrada.

FICHA TÉCNICA
+ Motor: 660 cc, monocilíndrico, quatro tempos, quatro válvulas, refrigeração líquida.
+ Potência máxima: 48 cv a 6.000 rpm.
+ Torque máximo: 5,95 kgf.m a 5.500 rpm.
+ Alimentação: injeção eletrônica, partida elétrica.
+ Câmbio: cinco marchas, transmissão final por corrente.
+ Chassis: diamante em aço.
+ Suspensão: dianteira por garfo telescópico com 160 mm de curso; traseira por monoamortecedor, ajustável, 145 mm de curso.
+ Freios: dianteiro com discos duplos de 298 mm e ABS; traseiro a disco simples de 245 mm.
+ Pneus dianteiro: Scorpion Trail, 90/90R 21M/C 54S (dianteiro), 130/80R17M/C 65S (traseiro).
+ Dimensões: 2.260 x 900 x 1.450 mm (CxLxA); 1.505 mm de entre-eixos.
+ Altura: 865 mm (assento ao solo), 205 mm (distância mínima do solo):
+ Peso: 215 kg (em ordem de marcha).
+ Tanque: 23 litros.
+ Preço: R$ 32.990.

MAIS CONFORTO
O para-brisa, marcante no design da Ténéré 660, é outra característica que a credencia como uma boa companheira de viagem. Embora pequeno, funciona bem para desviar o vento do peito do piloto. O banco único, em dois níveis, também garante conforto para rodar muitos quilômetros.

Com a altura do assento reduzida em três centímetros, pilotos de até 1,75 m que antes tinham a árdua missão de apoiar a ponta dos pés no chão agora se sentem mais seguros. E isso sem alterar a espuma do banco, já que a redução de altura foi obtida por meio da diminuição do curso das suspensões. O garfo telescópico dianteiro passou de 210 mm de curso (na versão standard) para 160 mm na Ténéré 660 com ABS. Já monoamortecedor traseiro fixado por links passou de 200 mm para 145 mm. Uma redução considerável que também forçou a diminuição da altura livre do solo, de 260 mm para 205 mm.

Com isso a Ténéré 660 com ABS é, em teoria, menos apta para o off-road... se você for fazer uma trilha pesada. Se a ideia for rodar em estradas de terra, a velha e boa Ténéré continua valente. As suspensões absorvem bem os buracos e isolam o piloto, transmitindo confiança para uma pilotagem segura.

FREIA MELHOR
O sistema de freio ABS (anti-travamento) deixa a Ténéré mais eficaz e segura. Forçando algumas frenagens de emergência, o sistema transmite segurança e para a moto sem derrapagens ou sustos no asfalto.

Porém, uma crítica fica para a impossibilidade de desligar o sistema. A Ténéré 660 não conta com parâmetros fora-de-estrada -- como acontece na Super Téneré 1200 -- e atrapalha a pilotagem off-road, principalmente em curvas.

Yamaha Ténéré 660 - Mario Villaescusa - Mario Villaescusa
De um lado, ficou mais fácil de pilotar, mas encareceu por conta do ABS, que a deixa mais segura no asfalto e menos adequada ao off-road
Imagem: Mario Villaescusa
RIVAIS MAIS BARATAS
Nesta versão com freios ABS, a Yamaha XT 660Z Ténéré ficou acessível a um maior número de motociclistas, pois a altura do assento do modelo standard é proibitiva para os mais baixinhos. Entretanto, o acréscimo de preço para essa nova versão, deixou-a cerca de 10% mais cara. Afinal, trata-se de uma monocilíndrica, baseada em um projeto consagrado e que está no mercado desde 2011. Poderia custar menos.

Por esse preço, é possível optar até mesmo pela bicilíndrica Honda XL 700V Transalp que, com o C-ABS (sistema combinado entre roda dianteira e traseira), sai por R$ 32.990. Ou ainda gastar menos e levar a BMW G 650GS, de um cilindro, com freios ABS e aquecedor de manopla por R$ 29.800.