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Ducati Monster 1200S aposta no torque e fica mais dócil

Arthur Caldeira

Da Infomoto

13/02/2014 18h29Atualizada em 17/02/2014 14h06

Apesar de algumas mudanças no quadro de treliça e no farol, as linhas da Ducati Monster 1200S continuam inconfundíveis. A nova big naked, herdeira da famosa linhagem lançada em 1992, e que já vendeu 275.452 unidades pelo mundo, foi lançada oficialmente nesta semana em Tenerife (Espanha), e começará a ser vendida ainda este mês na Europa.

No Brasil, o modelo chegará no fim do primeiro semestre e, de acordo com estimativas da divisão brasileira da marca, deve custar R$ 68.900, R$ 11,2 mil a mais que a versão standard. É um preço elevado em relação a concorrentes como BMW S1000R e Kawasaki Z1000, o que dá certo ar de "exclusividade". Par muitos fãs da marca, isso é até uma vantagem. Além do tradicional vermelho, a moto também estará disponível na cor branca.

AS CONCORRENTES

  • Divulgação

    KAWASAKI Z1000 ABS: R$ 49.990

  • Divulgação

    BMW S 1200R: preço não divulgado

O "S" do nome vem de "Sport", mas a verdade é que a Ducati amansou a Monster, deixando-a "mais focada no piloto", segundo avaliação de Paul Ventura, gerente de produtos da marca. Para isso, a fabricante embutiu na 1200S o mesmo motor Testatretta 11° DS usado na Diavel e na Multistrada, porém com cavalaria menor. A unidade possui 1.198 cm³ e refrigeração líquida, gerando 145 cv de potência, a 8.750 rpm, e 12,7 kgfm de torque, a 7.250 giros.

Trata-se, portanto, de uma moto que preza mais pelas arrancadas e retomadas. “Poderíamos fazê-lo [o propulsor] mais potente, como na Diavel e na Multistrada, mas preferimos optar por uma curva de torque mais plana em todas as faixas de rotação”, explicou Giulio Malagolli, gerente do projeto.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Durante teste de 200 quilômetros por diversas estradas da ilha de Tenerife, a Monster fez valer sua condição de "torcuda", sem buracos de injeção e com boa força já a partir de 3.000 rotações. É verdade que o propulsor mostrou ser mesmo um Ducati, "reclamando" um pouco em giros mais baixos, mas também é verdade que ele está mais linear. A potência não fica tão atrás, sendo suficiente para aguentar altas velocidades sem grande esforço.

Para domar a 1200S, a montadora recorreu à eletrônica embarcada. O gerenciamento do motor regula a entrega de potência e torque, ajusta o ABS e também o controle de tração. Chamados pela marca de "Safety Pack", são dispositivos fáceis de utilizar e certamente facilitam a pilotagem.

Suspensões e freios estão diferentes em relação à versão padrão. No caso do primeiro conjunto, o garfo telescópico dianteiro invertido de 48 mm e o monoamortecedor com reservatório de expansão a gás, na traseira, reagem de forma suave às imperfeições do asfalto, mantendo a big naked em sua trajetória.

Já o segundo possui discos duplos e pinças monoboloco fixadas radialmente na parte da frente, com disco simples e pínça de dois pistões atrás. São basicamente as mesmas configurações da Panigale 1199, mais potente, o que significa segurança de sobra para frenagens  intensas, inclusive em alguns cotovelos de 180° encontrados no decorrer do percurso.

DUCATI MONSTER 1200S EM MOVIMENTO

O quadro de treliça ficou 1,35 kg mais leve e a distribuição de peso também melhorou, com 53% dos 182 kg (a seco) ficando para o eixo traseiro. A frente mais leve melhorou o desempenho da Monster 1200S no contorno de curvas, enquanto o guidão 40 mm mais alto deixou a posição de pilotagem mais ereta e menos esportiva. Por outro lado. o banco -- entre 77,5 e 81 cm do solo -- é um pouco alto para motociclistas abaixo de 1,80 m, fazendo com que os joelhos encostem ao ponto de fixação do motor ao quadro. O espaço entre a pedaleira do motorista e o suporte da pedaleira do garupa também ficou demasiadamente apertado.

Outra novidade está na divisão do modelo em três modos de pilotagem, que realmente mudam o comportamento da moto de modo sensível. O "Urban", para a cidade, restringe a potência a 100 cv e deixa a ação do ABS e do controle de tração no máximo; o “Touring” mantém os 145 cv, porém suavizando as respostas do acelerador, com assistências em nível reduzido; já o “Sport” libera toda a cavalaria e reduz a intromissão do ABS e CT ao mínimo, proporcionando respostas mais instantâneas. As configurações de cada modo também podem ser personalizadas pelo usuário.

As rodas de 17 polegadas, em liga leve de alumínio, contribuem para a sensação de segurança e precisão nas curvas. Sem falar no chassi, que transmite as reações da moto com perfeição. O consumo informado pelo computador de bordo ficou em 15,8 km, o que signfica autonomia de 250 km para o tanque de 17,5 l.

Por tudo isso, a nova Monster 1200S está, sem dúvidas, mais confortável, fácil de controlar e com um motor muito bem ajustado. A Ducati acertou em apostar no torque em vez da cavalaria. Com bastante força, é o tipo de moto divertida e que instiga a acelerar e empinar até mesmo em terceira marcha.

FICHA TÉCNICA - DUCATI MONSTER 1200S
+ Preço:
R$ 68.900*
+ Motor: Dois cilindros em V, 8V, 1.198,4 cm³, refrigeração líquida
+ Potência: 145 cv a 8.750 rpm
+ Torque: 12,7 kgfm a 7.250 rpm
+ Câmbio: seis marchas
+ Alimentação: injeção eletrônica
+ Dimensões: 2.156 mm (comprimento) x 2.156 mm
+ Peso: 182 kg (a seco)
+ Tanque: 17,5 litros
* Projeção da Ducati do Brasil, porém ainda não confirmado