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Yamaha XVS 950 Midnight Star tem boa ciclística e visual moderno

Única custom vendida pela Yamaha no Brasil, a XVS 950 Midnight Star custa R$ 30.396 - Doni Castilho/Infomoto
Única custom vendida pela Yamaha no Brasil, a XVS 950 Midnight Star custa R$ 30.396 Imagem: Doni Castilho/Infomoto

Aldo Tizzani

Da Infomoto

04/01/2013 15h52

A Yamaha XVS 950 Midnight Star faz parte de um seleto grupo de motos custom que deixaram de lado o estilo clássico e apostaram suas fichas na fluidez das formas com uma pitada de esportividade. Hoje, a moto (que custa R$ 30.396), a Harley-Davidson Iron 883 (R$ 30.990), Suzuki Boulevard 800R (R$ 31.900) e a Kawasaki Vulcan 900 Custom (R$ 31.900) disputam o público jovem que quer uma moto com personalidade forte, traduzido por um design diferenciado, e equipada com o tradicional motor de dois cilindros em "V", uma espécie de assinatura deste tipo de motocicleta.

A Yamaha Midnight Star parece ter sido a preferência do público. Tanto que, em 2012, foi a moto mais vendida da categoria, com 1.142 unidades emplacadas. Com porte imponente, visual moderno, conforto e tecnologia de ponta, o modelo  também conta com uma ciclística bem equilibrada.

MUSCLE BIKE
Seguindo o estilo "low and long" (baixa e longa) muito usado nas motos norte-americanas, o desenho da XVS foi inspirado nos muscle cars. No visual da custom destacam-se várias peças cromadas, piscas com lentes translúcidas e rodas de liga-leve em preto e prata (de 18 polegadas na dianteira e 16" na traseira). Com este artifício, parece que a moto está calçada com pneus faixa branca. Para completar, ela ainda possui uma grande saída de escape (dois em um), toda cromada, e uma lanterna bastante invocada.

O painel, que fica sobre o tanque, traz informações básicas: velocímetro e luzes de advertência. A pequena tela de LCD, com regulagem de brilho, oferece ao motociclista um hodômetro total, dois parciais, fuel trip e relógio. Os comandos de seleção ficam no punho direito e são bastante intuitivos, fáceis de manusear.

V2 DE 54 CV
Para este projeto, a Yamaha adotou um propulsor V2 com pistões forjados e tratamento cerâmico nos cilindros -- mesma tecnologia empregada em modelos esportivos. Com 942 cm³ de capacidade, o motor conta com alimentação por injeção eletrônica e arrefecimento a ar. Gera 53,6 cv e 7,83 kgfm de torque. Esses números se traduzem em muita força em baixas e médias rotações, já que a moto trabalha de forma linear, entregando força e potência gradativamente, sem trancos ou sustos.

A responsável por esta suavidade é a transmissão secundária via correia dentada (reforçada com kevlar e fibra de carbono), uma solução "herdada" dos modelos Harley-Davidson. Agora, se o motociclista não tiver dó e girar o acelerador com vontade, as respostas serão radicais e precisas. Fácil de pilotar, a XVS 950 da Yamaha parece uma custom de menor capacidade cúbica. O consumo médio é de 17 km/l -- o tanque de 17 litros estima a autonomia em quase 300 km.

Vale destacar também o exemplar comportamento do câmbio de cinco velocidades, com engates precisos, que foi projetado pela Yamaha para acentuar as características do propulsor. Aliás, a quinta marcha não é exatamente um over drive, mas foi desenvolvida pela engenharia para oferecer mais conforto em uma velocidade mais alta e constante. Para facilitar a vida, a alavanca de câmbio conta com um pedal próximo do calcanhar esquerdo, que auxilia nas reduções. Veja a ficha técnica:

Yamaha XVS 950 Midnight Star
+ Motor: Dois cilindros em V, quatro tempos, refrigeração a ar.
+ Potência: 53,6 cv a 6.000 rpm.
+ Torque: 7,83 kgfm a 3.000 rpm.
+ Câmbio: Cinco marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.435 mm x 1.000 mm x 1.080 mm (CxLxA).
+ Peso: 261 kg em ordem de marcha.
+ Tanque: 17 litros.
+ Preço: R$ 30.396.

CICLÍSTICA ACERTADA
Ao pilotar a Midnight Star uma coisa fica evidente: a preocupação da marca com bons níveis de desempenho, segurança e conforto. Esta tríade se dá pela união do motor "V2" com suspensões e freios. O quadro berço duplo conseguiu dar um bom equilíbrio ao conjunto da moto. O assento está a apenas 67,5 centímetros do chão, o que reflete em maior segurança nas manobras em baixas velocidades, já que podem ser realizadas com maior desenvoltura.

Além disso, o guidão aberto, os bancos individuais e as pedaleiras plataforma deixam o piloto bastante relaxado. Um dos únicos problemas é que as pedaleiras raspam o asfalto com muita facilidade em curvas -- vale ressaltar que isso é uma característica comum de modelos custom.

As suspensões trazem receita tradicional: garfo telescópico na dianteira (41 mm de diâmetro e 135 mm de curso) e monoamortecimento na traseira (110 mm de curso). Equilibrado, o conjunto copia com muita propriedade as imperfeições do piso. Para ajudar na absorção dos impactos, a motor usa largos pneus 130/70x18 (dianteira) e 170/70x16 (atrás).

Apesar de não contar com ABS, o conjunto de freios da XVS tem disco simples em ambas as rodas, de 320 mm na dianteira e 298 mm na traseira. No modelo avaliado, o freio dianteiro ficou dentro do esperado. Mas o traseiro superou as expectativas: eficiente e preciso.

HISTÓRIA E MERCADO
Estradeira de quase 1000 cc, a Midnight foi uma das grandes atrações da marca no Salão de Motos de Colônia de 2008, na Alemanha. Chegou ao Brasil no ano seguinte para substituir a Drag Star 650, modelo carburado que não atendia à terceira fase do Promot (programa que define o nível de emissão de poluentes por motocicletas).

Em 2012, o desempenho de vendas da XVS 950 Midnight Star foi surpreendente, deixando para trás uma legião de Harley-Davidson, liderada pela XL 883, que contabilizou no ano passado 831 unidades licenciadas.

Enfim, para o motociclista que não se deslumbra por grifes e apesar de nenhuma mudança significativa desde 2009, a custom da Yamaha é uma boa pedida para uma fiel companheira de viagem.