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BMW R 1200 GS Rallye aposta em visual e segurança para encerrar era

Mesmo com 229 kg, a BMW R 1200 GS Rallye acelera bem e impressiona pela facilidade de pilotagem - Doni Castilho/Infomoto
Mesmo com 229 kg, a BMW R 1200 GS Rallye acelera bem e impressiona pela facilidade de pilotagem Imagem: Doni Castilho/Infomoto

Arthur Caldeira

Da Infomoto

25/12/2012 18h03Atualizada em 26/12/2012 14h33

A BMW R 1200 GS Rallye poderia ser apenas mais uma edição especial da famosa bigtrail alemã, não fosse o fato de que, além de ser a mais recente (chegou ao Brasil em setembro), é a última versão a utilizar o tradicional motor boxer com refrigeração a ar. A partir de 2013, uma nova R 1200 GS com refrigeração líquida, entre outras alterações, chega ao mercado.

Como diferencial, a 1200 Rallye traz a cor branca, motor na cor preta, cilindros em grafite e grafismos alusivos à BMW Motorsports, divisão de competição da marca. Porém, o que mais chama atenção é o quadro vermelho, que dá mais vida ao modelo (sempre vendido em cores sóbrias). Por ironia, justamente na versão que marca o fim de uma era: a despedida da R 1200 GS como a conhecemos há 32 anos.

Além disso, a versão Rallye traz o completo pacote de eletrônica embarcada: controle de tração (ASC), freios ABS e sistema de ajuste eletrônico da suspensão ESA Enduro. Com preço sugerido de R$ 80.900, está entre as versões topo da R 1200 GS.

A MELHOR TOPA-TUDO
A introdução da refrigeração líquida no motor boxer foi motivada mais pela busca por potência que pela ineficiência da refrigeração a ar. Atualmente com 110 cv, a BMW não conseguia extrair mais potência e estava ficando para trás perante suas concorrentes -- a Ducati Multistrada 1200, lançada em 2010, oferece 150 cv; a recém-chegada Honda Crosstourer 1200 tem 129,5 cv.

A atual cavalaria da R 1200 GS era mais que suficiente para manter altas velocidades, auxiliadas pela boa e equilibrada ciclística da moto, mas a questão foi mais de marketing que, propriamente, necessidade.

Além da mudança no motor, a R 1200 GS 2013 trará outras novidades que serão conhecidas no primeiro trimestre do próximo ano. Por enquanto, até como forma de homenagear o atual modelo, vale destacar as qualidades da atual. A BMW é a melhor topa-tudo entre as duas concorrentes. A Ducati Multistrada 1200 pode ser uma moto mais esportiva no asfalto, mas deve desempenho no fora-de-estrada. Já a Yamaha XT 1200Z Super Ténéré vai muito bem no off-road, mas não se equipara à GS no asfalto.

IMPRESSÕES
Dotada de um motor com bastante torque desde baixas rotações, um câmbio suave e preciso e potência suficiente, a R 1200 GS é também bastante dócil. No quesito conforto, o destaque vai para o macio banco em dois níveis e sua excelente posição de pilotagem. Sem falar no conjunto ciclístico com sistemas de suspensão diferenciados da BMW: Paralever e Telelever.

Com o auxílio do ajuste eletrônico de suspensões, ela demonstra maciez para superar obstáculos e, ao mesmo tempo, rigidez para uma pilotagem mais esportiva. Outro detalhe que impressiona é a facilidade de pilotagem. Apesar de seu banco alto (85 cm do solo), em movimento, a R 1200 GS demonstra bastante agilidade e docilidade. Aquele tipo de motocicleta que, com o tanque cheio e a autonomia indicada no computador de bordo, transmite a sensação de se poderia ir a qualquer lugar do mundo. Veja os dados técnicos:

BMW R 1200 GS Rallye
+ Motor: Dois cilindros opostos (boxer), refrigeração a ar.
+ Potência: 110 cv a 7.750 rpm.
+ Torque: 12,2 kgfm a 5.750 rpm.
+ Câmbio: Seis marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.210 mm x 850 mm x 1.450 mm (CxLxA).
+ Peso: 229 kg em ordem de marcha.
+ Tanque: 20 litros.
+ Preço: R$ 80.900 (S).

BREVE HISTÓRIA
Em 1980, a BMW lançou uma motocicleta improvável: a R 80 GS, uma trail aventureira com motor de grande capacidade cúbica (800 cc) --  primeira moto com essas características que hoje chamamos de aventureiras. Criticada na época, tornou-se um sucesso tanto fora da estrada quando dentro dela. Afinal, demonstrou sua capacidade off-road vencendo o Rally Paris-Dakar com Hubert Auriol já em 1981 e tornou-se um sucesso de vendas em todo o mundo.

Apesar de seu controverso monobraço traseiro com eixo-cardã e freio a disco na roda dianteira (nunca antes utilizado em motos off-road), a GS provou ao longo dos anos suas capacidades, sendo também uma grande moto de turismo. Uma espécie de Range Rover das motos, mesclando conforto e luxo para longas viagens com robustez para enfrentar caminhos mal pavimentados.

Ao longo de mais de três décadas de estrada, a GS original deu origem a outros modelos menores, como a 650 GS e 800 GS, e já superou a marca de mais de meio milhão de unidades produzidas. Prova mais do que irrefutável de que a ideia dos engenheiros alemães foi bem sucedida. Toda essa trajetória foi acompanhada pelo motor boxer de dois cilindros opostos e refrigeração a ar. Até agora.