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Honda Bros 150, top no Norte e Nordeste, muda visual para 2013

Com potência menor do que a irmã CG 150 Titan, a nova Bros tem velocidade final de 120 km/h - Doni Castilho/Infomoto
Com potência menor do que a irmã CG 150 Titan, a nova Bros tem velocidade final de 120 km/h Imagem: Doni Castilho/Infomoto

Arthur Caldeira

Da Infomoto

29/11/2012 20h25Atualizada em 30/11/2012 10h04

O Brasil tem 1.751.872 km de rodovias, sendo que 88,8% desta extensão não é asfaltada, segundo pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes. Do restante asfaltado, cerca de 60% foi considerado regular, ruim ou péssimo. Ou seja, nossas estradas não são boas.

Com esses dados, fica fácil entender porque a Honda NXR 150 Bros, modelo de uso misto da marca, é a quarta moto mais vendida no país. Ela é praticamente uma CG 150 com suspensões de longo curso, na dianteira, e balança monoamortecida, na traseira. A Bros 150, portanto, é apropriada para rodar por nossas estradas. Tanto que em alguns estados da região Norte e Nordeste, onde a malha viária é ainda mais precária, a NXR 150 Bros ultrapassa a Honda Biz e ocupa o posto de terceiro modelo mais vendido, de acordo com dados de emplacamento do Denatran.

Apresentada em 2003, a Bros trouxe uma receita diferente para o segmento de uso misto (on/off-road): em vez da roda de 21 polegadas na dianteira, a Honda optou pelo aro 19, para conferir mais agilidade ao modelo que, afinal, não seria usado em trilhas, mas sim pelas mal pavimentadas estradas do Brasil.

Além disso, o assento fica em uma altura menor, facilitando a pilotagem. O banco fica a 82 cm do solo contra 84 cm de sua concorrente mais direta, a Yamaha XTZ 125, que usa a tal roda de 21 polegadas na frente.

Para 2013, a Honda NXR Bros 150 foi reposicionada no line-up da marca com a chegada da Bros de 125 cc. O modelo de 125 cc manteve o visual da geração anterior e seu motor, alimentado por carburador, não é bicombustível. Sem falar que a Bros 125 não tem freio a disco como opção.

Com isso, a NXR 150 Bros agora é vendida em duas versões, ambas com partida elétrica: a versão ES, com freio a tambor nas duas rodas, e com preço sugerido de R$ 8.640; e a versão ESD, com disco na dianteira, por R$ 8.990. O modelo está à venda nas concessionárias nas cores vermelha, preta e verde.

LÍDER
Entre as motos com essa proposta de uso, a NXR 150 Bros é líder com folga: em 2011, correspondeu a 73% do segmento. Para manter essa liderança, a Bros 150 tem sido constantemente atualizada pela Honda. Em 2010, ganhou a motorização bicombustível. Agora, para 2013, novo visual, ressaltado pelo novo farol, maior e com linhas mais harmoniosas, combinando mais com o para-lama dianteiro.

O farol com refletor multifocal ficou mais potente, com lâmpada de 35W. Na traseira, uma nova lanterna também oferece mais visibilidade. No restante, a Bros 2013 manteve-se a mesma: chassi berço semiduplo em aço, suspensão telescópica com 180 mm de curso, na dianteira; e um único amortecedor fixado na balança traseira com 150 mm de curso.

MAIS TORQUE
O motor, desde janeiro de 2010, é flex. Trata-se do mesmo monocilíndrico de quatro tempos, com comando simples no cabeçote, 149,2 cm³ de capacidade e alimentado por sistema de injeção eletrônica PGM-FI (Programmed Fuel Injection). O mesmo da CG 150 Titan, mas com mais torque: são 1,53 kgfm com etanol (1,39 kgfm com gasolina), sempre a 6.000 rpm -- a Titan oferece 1,45 kgfm e 1,32 kgfm, respectivamente. Por outro lado, a potência é menor. Na NXR 150 Bros, o propulsor garante 14 cv com etanol e 13,8 cv com gasolina, a 8.000 rpm -- na CG, são 14,3 cv e 14,2 cv.

Na prática, o que se nota, é que a Bros 150 arranca na frente da CG, em função do torque maior, mas também por causa de uma relação final menor -- na moto de uso misto, a coroa tem 49 dentes e o pinhão 17; já na Titan, a coroa é de 43 dentes e o pinhão de 16. Porém, na estrada, a velocidade final da Bros 150 é menor, chegando dificilmente a 120 km/h, e em qualquer subida surge dificuldade para manter a velocidade. Confira a ficha técnica:

Honda NSX Bros 150
+ Motor: Monocilíndrico, OHC, 4 tempos, refrigeração a ar.
+ Potência: 14 cv (etanol) e 13,8 cv (gasolina), a 8.000 rpm.
+ Torque: 1,53 kgfm (etanol) e 1,39 kgfm (gasolina), a 6.000.
+ Câmbio: Cinco marchas.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.060 mm x 810 mm x 1.138 mm (CxLxA).
+ Peso: 119,1 kg.
+ Tanque: 12 litros.
+ Preço: R$ 8.640.

USO MISTO
Mas as diferenças entre a Titan e a Bros vão além do desempenho do motor. A começar pela posição de pilotagem: na Bros, o piloto vai mais ereto e com as pernas mais esticadas, porém o banco não é tão confortável como na CG. Já o guidão da trail não é tão aberto quanto em outras motos do segmento, o que causa certa estranheza no começo.

Em resumo, a Honda projetou uma moto que mescla qualidades de uma trail com uma posição de pilotagem mais urbana. O que pode ser bom para percorrer nossas estradas ruins, mas frustra quem é fã do estilo off-road.

Aliás, amantes das motos trail também vão estranhar as suspensões de longo curso com um acerto muito macio. Da mesma forma que a roda menor faz. Por outro lado, ela demonstra boa agilidade para contornar curvas e "costurar" entre os carros no trânsito. Em estradas de terra, isso é um ponto negativo, pois a roda não supera obstáculos como uma de aro 21.

No quesito freios, a unidade testada merece destaque: a versão ESD vem com disco de 240 mm na dianteira e tambor de 110 mm na traseira. Ambos bem dimensionados para o peso de 119,1 kg do modelo. Pela eficiência, o preço maior da versão ESD com freio a disco (R$ 350 em média) compensa.