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Yamaha Factor YBR 125 ou Dafra Riva 150. Qual das coadjuvantes é a melhor?

Factor YBR 125 (preta) e Riva 150 são econômicas e ideais para o dia-a-dia - Infomoto
Factor YBR 125 (preta) e Riva 150 são econômicas e ideais para o dia-a-dia Imagem: Infomoto

André Jordão

Da Infomoto

16/08/2012 18h51Atualizada em 17/08/2012 12h35

Há muito tempo na terceira colocação de vendas do segmento city, a Yamaha Factor YBR vê a Dafra Riva se estabelecer, no ano de seu lançamento, entre os dez modelos mais vendidos deste segmento. Agora, as duas se enfrentam para saber quem merece a confiança do consumidor.

Antes dominado pelas marcas japonesas, o segmento mais popular do setor de ruas rodas -- quase 90% de todas as vendas do país e há anos liderado por Honda CG (150 cc e 125 cc) com Yamaha Factor YBR 125 na sequência -- vê crescer a participação de marcas de outras procedências, como as chinesas, a exemplo do que ocorre nos demais segmentos.

A Riva entregou 4.385 unidades até junho deste ano, segundo dados da Fenabrave, menos de 10% das 44.999 unidades da YBR Factor. A diferença é enorme, mas a Riva passou Suzuki EN125 Yes e Dafra RTR Apache. Segundo fruto da parceria com a Haojue, a Riva começou a ser comercializada no início do ano com preço para lá de agressivo: atualmente, a moto da Dafra custa R$ 5.150. A versão da Yamaha testada neste comparativo foi a ED Black Edition, moto que tem preço sugerido de R$ 6.920

CESTA DE PEÇAS

  • Kit de relação secundária

    R$ 66,50 (Riva)

    R$ 111,60 (YBR)

  • Pastilha de freio dianteira

    R$ 21 (Riva)

    R$ 75 (YBR)

  • Lona traseira

    R$ 23,30 (Riva)

    R$ 85 (YBR)

  • Troca de óleo

    R$ 18,50 (YBR)

    R$ 18,60 (Riva)

Infomoto pesquisou a média de preços em concessionárias Yamaha e Dafra de três regiões do país.

    Econômicas e ideais para o dia-a-dia de muitos trabalhadores brasileiros, que as utilizam para fugir do ineficiente transporte público, Yamaha Factor YBR 125 e Dafra Riva 150 foram testadas por duas semanas na locomoção para o trabalho, na curta viagem do final de semana e em outras situações pensadas para simular o uso que o consumidor normal faria destas dos modelos.

    125 OU 150?
    Embora tenham propulsores de diferentes capacidades, 125 cc na Factor e 150 cc na Riva, o desempenho das motocicletas é bastante semelhante. Até mesmo nos números de desempenho: a Dafra declara 12,1 cv a 8.250 rpm de potência máxima e 1,11 kgfm de torque a 6.600 rpm. Pouco acima dos números oficiais da Yamaha Factor, 10,2 cv de potência máxima a 7.800 rpm e 1,19 kgfm a 6.500 rpm.

    Na prática, porém, o comportamento do conjunto motor-transmissão de ambas é bastante distinto, com vantagem para a Factor. A bordo da street da Yamaha, o piloto realiza menos trocas de marcha. A sensação é que as relações de marcha da Factor são mais longas, privilegiando a tocada urbana e também favorecendo a pilotagem rodoviária, com o motor girando menos para atingir a mesma velocidade.

    Na Riva, o motor parece encher muito mais rápido, fazendo com que o piloto troque de marchas o tempo todo. Há situações em que, mesmo dentro da cidade, a quinta marcha precisa ser engatada. Em geral, o motor da Riva parece necessitar de giros mais altos para atingir o mesmo desempenho da Factor, o que resulta em mais vibrações e consumo maior.

    Entretanto, mais importante que o desempenho numa motocicleta de pequeno porte como nossas duas concorrentes, é a economia na manutenção e nos postos de combustível. Com mecânica muito parecida -- comando simples no cabeçote (OHC), quatro tempos e arrefecimento a ar -- ambas mostraram ser companheiras econômicas para o dia a dia, embora a Yamaha leve vantagem novamente.

    A Riva registrou média de consumo de 31,15 km/l na cidade e 27,44 km/l na estrada. A YBR Factor, por sua vez, marcou 33,21 km/l na cidade e 39,46 km/l em trechos rodoviários. Vale dizer que a Riva se mostrou muito mais prática ao abastecer, já que o bocal estilo competição não precisa ser tirado, ao contrário da YBR. No caso da Yamaha, além de antiquado, o sistema exige maior cuidado para não deixar a tampa cair.

    CICLÍSTICA
    Ao mesmo tempo em que as fabricantes precisam entregar um projeto barato aos consumidores do segmento street de até 150 cc, a questão do conforto precisa ser bem resolvida, uma vez que maioria dos proprietários passa horas sobre elas.

    Após rodar muitos quilômetros com Factor e Riva, concluímos que a representante da Yamaha garante mais conforto ao piloto. Não é uma questão do banco em dois níveis, muito parecido nos dois modelos, mas sim de ergonomia. A Riva faz com que o piloto fique quase em cima do tanque de combustível, uma posição que cansa com o passar do tempo. Na Factor, o cansaço foi menor.

    Já o conjunto ciclístico (suspensões e freios) dos modelos traz soluções iguais. A Riva tem garfo telescópico com 105 mm de curso, na dianteira; e sistema bichoque de 77 mm, na traseira, montados num quadro tubular em aço. A Factor conta também com garfo telescópico, mas com 120 mm de curso e balança com sistema bichoque com 105 mm de curso sobre um chassi tipo diamante (com o motor fazendo parte da estrutura). Embora tragam cursos diferentes, ambas as motocicletas encaram bem os problemas do asfalto, sem abusar claro.

    Entretanto, houve disparidade no quesito freios: o disco simples com 240 mm de diâmetro e pinça de dois pistões da Riva passou mais segurança que o disco de 245 mm e pinça simples da YBR Factor. Ambas contam com freio a tambor na traseira.

    CONCLUSÃO
    Se na motorização e na parte ciclística a Riva não se destaca das demais concorrentes, inclusive da sua oponente direta Factor, que se mostrou ser ainda uma moto mais preparada, seu visual pode ser seu grande trunfo no mercado.

    A Riva traz um desenho mais atual que a street da Yamaha, além de um painel digital completo e até spoiler sob o motor, peça que contribui para seu ar mais moderno. Além disso, a Riva chega com ar de novidade e as credenciais da HaoJue, fabricante líder de vendas na China e curiosamente parceira da Suzuki naquele país. 

    A Factor é um modelo consagrado e seu motor, no mercado desde 2000, é testado diariamente por milhares de motociclistas. Por outro lado, a Yamaha não faz muita questão de renovar seu visual, que está desde o fim de 2008 com a mesma cara.

    Esta pode ser a grande cartada da Dafra para consolidar a Riva no segmento street até 150 cc. Mas, por enquanto, ainda corre por fora para alcançar a Yamaha YBR Factor e a líder Honda CG e ainda vai ter de conquistar a confiança do consumidor brasileiro.

    FICHA TÉCNICA

    Yamaha Factor YBR 125 ED Dafra Riva 150
    Monocilíndrico, SOHC, duas válvulas, refrigerado a ar, 124 cm³.MotorMonocilíndrico, quatro tempos, OHC, refrigerado a ar, 149,4 cm³.
    10,2 cv a 7.800 rpm.Potência12,1 cv a 8.250 rpm.
    1,13 kgfm a 6.000 rpm.Torque1,11 kgfm a 6.600 rpm.
    5 marchas, transmissão final por corrente.Câmbio5 marchas, transmissão final por corrente.
    Carburador.AlimentaçãoCarburador.
    13 litros.Tanque13,3 litros.
    Diamond em aço.QuadroTubular em aço.