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Suzuki Boulevard M 800 ganha nova versão e retoques visuais para 2012

Novo modelo traz novos formatos estéticos: repare na carenagem do farol, rodas, rabeta... - Doni Castilho/Infomoto
Novo modelo traz novos formatos estéticos: repare na carenagem do farol, rodas, rabeta... Imagem: Doni Castilho/Infomoto

Arthur Caldeira

Da Infomoto

02/08/2012 17h12

A Suzuki Boulevard M 800 foi renovada para 2012. A família, aliás, dividiu-se em dois modelos: M 800 e M 800R, uma edição especial. A versão ganhou cromados no visual, carenagem no farol e traseira mais esguia para dar um ar de novidade ao mesmo conjunto ciclístico e mecânico. Não que isso seja uma má notícia, afinal, o silencioso motor V2 continua oferecendo bastante torque e praticamente nenhuma vibração. Seu conjunto de suspensões e freios manteve-se como um dos mais equilibrados do segmento. Destaque também para a suspensão dianteira invertida (upside-down).

Típica custom longa e baixa (long and low) a Suzuki M 800 2012 tem motor V2 (dois cilindros em "V", posicionados a 45°) com 805 cm³ de capacidade. Equipado com refrigeração líquida, oito válvulas e comando simples no cabeçote (SOHC), este propulsor tem mais torque que o anterior -- são 7,04 kgfm (antes eram 6,7 kgfm) em uma rotação ainda mais baixa, de 4.000 rpm (1.000 giros a menos que o anterior).

Com isso, diminuem as trocas de marchas, principalmente na estrada: pode-se manter a quinta e última marcha e girar o acelerador para que a M 800 retome a velocidade e ultrapasse outros veículos com facilidade. A potência é pouco menor: 53,7 cv a 6.000 rpm (na M800 anterior os números eram de 55 cv a 6.500 rpm). O que comprova que na versão 2012 o motor parece ter sido afinado para render mais em rotações mais baixas.

Outro detalhe que garante um motor sempre cheio e com força à vontade é o sistema de injeção eletrônica. Agora ele conta com a tecnologia Suzuki Dual Throttle Valve (duas borboletas no corpo injetor, uma controlada pelo piloto e outra pelo módulo eletrônico), similar à utilizada na linha de superesportivas GSX-R. A moto ainda conta com transmissão final por eixo-cardã, que dispensa lubrificações e revisões periódicas.

DESIGN CONTROVERSO
Não é preciso olhar a nomenclatura do modelo para notar que se trata da M 800 sem o “R”. A carenagem do farol é o principal detalhe que diferencia os dois modelos. Com um desenho controverso, já que alguns elogiam e outros criticam, a cobertura segue as linhas já adotadas na sua irmã maior, a M 1500. Sem nenhuma função prática (ela não desvia o vento), a nova carenagem apenas abriga o painel inédito e compacto que traz um velocímetro analógico e um pequeno mostrador digital, com hodômetros e medidor de combustível.

As luzes indicadoras de neutro, setas, farol e injeção eletrônica ficam sobre o tanque, próximas ao bocal de abastecimento, como na versão anterior. E aqui vai uma das poucas críticas ao modelo: na unidade testada, mesmo sem pegarmos chuva, formaram-se gotas de água internas no mostrador.

Outra forma de diferenciar as duas versões é pela traseira. Na nova M 800, a lanterna foi realocada (agora está sobre o paralama traseiro) e tem novo formato, mantendo a iluminação com LEDs. Os cromados da tampa do motor e o desenho das rodas de liga leve são outras características.

EM MOVIMENTO
Ao montar na nova Boulevard M 800, nota-se outra diferença: o guidão está um pouco mais elevado, melhorando ainda mais a posição de pilotagem. No momento de dar partida no motor, com a típica necessidade da Suzuki de se apertar a embreagem, o V2 desperta silenciosamente e sem vibrações. Engata-se a primeira marcha e o câmbio de cinco marchas mostra-se muito macio e preciso com encaixes perfeitos e sem trancos ou ruídos.

O torque excessivo permite que o motociclista suba as marchas e rode na cidade tranquilamente em terceira e quarta marchas. Todas as trocas com maciez de impressionar. Mas desempenho em altos giros não é seu forte, pois as vibrações aumentam mais do que a velocidade.

A pedida é acelerar progressivamente e aproveitar o conforto proporcionado pelo largo banco e o bom posicionamento das pedaleiras que, mesmo avançadas, não exigem que as pernas fiquem esticadas, ao menos em pilotos com estatura mediana (1,71 m).

FICHA TÉCNICA: Suzuki Boulevard M 800 2012

Motor:Quatro tempos, 805 cm³, V2 (dois cilindros em “V” a 45º) com 8 válvulas, comando simples no cabeçote (SOHC) e refrigeração líquida.
Potência:53,7 cv a 6.000 rpm.
Torque:7,04 kgf.m a 4.000 rpm.
Câmbio:Cinco marchas.
Alimentação:Injeção eletrônica.
Tanque:15,5 litros.
Suspensão:

Telescópica invertida, tipo upside-down (dianteira). 
Balança monoamortecida fixada por link regulável (traseira).

Freios:Disco ventilado com acionamento hidráulico com pinças deslizantes de 2 pistões (dianteiro). 
Tambor de 180 mm diâmetro, de acionamento mecânico (traseiro).
Chassis:n/d.
Dimensões:2.420 mm x 890 mm x 1.105 mm (C x L x A); 140 mm (altura do solo); 700 (altura do assento); 1.655 mm (entre-eixos).
Peso:269 kg.

A garupa vai agradecer a mudança feita no seu espaço: o banco está com mais espuma e maior. Uma vez na estrada, pode-se engatar a quinta marcha e se esquecer do câmbio. A Boulevard M 800 tem força para retomadas e fôlego para manter 120 km/h sem esforço do piloto e do motor. Acima disso, o motor vibra mais e o vento incomoda bastante.

A sensação de estabilidade é proporcionada pelos largos pneus -- nas mesmas medidas da anterior: 130/90 de 16 polegadas na dianteira; e 170/80 de 15'' na traseira -- e também pelo bom conjunto de suspensões. Além de utilizar garfo invertido na dianteira, uma solução não muito comum nas motos deste segmento, ela traz uma balança traseira com um único conjunto mola-amortecedor regulável fixado por links.

Na pilotagem, isso significa uma melhor absorção das imperfeições do piso, mais estabilidade em alta velocidade e menos oscilações ao contornar curvas. Mais motivos que diferenciam a Boulevard da maioria das outras motos custom, que utilizam o sistema bichoque na traseira.

O conjunto de freios -- com disco simples e pinça de dois pistões na dianteira e um enorme tambor de 180 mm de diâmetro na traseira -- para com eficiência e segurança os 269 kg dessa Suzuki.

Depois de rodar cerca de 500 km, predominantemente em estradas, a maior crítica vai para o alto consumo: fizemos dois abastecimentos e a média ficou em 16,5 km/l. Equipada com um tanque de 15,5 litros, a autonomia dessa custom é no máximo 250 km.

OU SEJA...
A Suzuki Boulevard M 800 é positivamente surpreendente: fácil de pilotar, macia e com um conjunto ciclístico excelente, que disfarça seus quase 270 kg de peso. Mas não é uma moto prática -- com mais de 1,60 m de entre-eixos, seu uso na cidade é limitado e ruas muito esburacadas incomodam.

Se você curte o visual custom, a posição relaxada de pilotagem e quer viajar por aí, os R$ 31.900,00 pedidos por essa Suzuki a colocam como uma boa opção no segmento. Sem trancos, sem barulho e com o conforto da refrigeração líquida, injeção eletrônica e maciez do câmbio japonês.