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MV Agusta Brutale 1090RR fica mais furiosa com motor de 144 cavalos

Bela por fora, 1090RR mantém linhas de Massimo Tamburini e fica mais abrutalhada por dentro - Divulgação
Bela por fora, 1090RR mantém linhas de Massimo Tamburini e fica mais abrutalhada por dentro Imagem: Divulgação

Da Infomoto

Em Adria (Itália)

16/12/2011 17h03

Diz a máxima: em time que está ganhando, não se mexe. Mas a italiana MV Agusta contrariou o dito popular e resolveu fazer melhorias na  emblemática Brutale. Não alterou as elogiadas e harmoniosas linhas do designer Massimo Tamburini, porém equipou o modelo com um novo e moderno motor de 1.078 cm³, além de algumas alterações nas suspensões e freios. Assim nasceu a Brutale 1090RR em 2010, uma das mais radicais nakeds do mundo.

Para sorte dos brasileiros, a 1090RR é um dos três modelos que a marca comercializa no país -- a Brutale 1090 R, uma versão mais “simples” do modelo, e a superesportiva F4 1000 são as outras motos à venda nas concessionárias da marca. 

Como toda moto desenhada por Tamburini, a Brutale merece ser admirada como obra-de-arte. Nascida como conceito em 2000, a Brutale tornou-se um ícone, a começar pelo farol excêntrico, alongado, parabólico... e, como quase todas as peças dessa MV Agusta, diferente de tudo disponível no mercado. O belo quadro em treliça exposto e a rabeta minimalista têm ditado tendências desde então.

CONTROLE DE FÚRIA
A versão RR é uma evolução da mítica naked. O novo motor de quatro cilindros em linha tem 1.078 cm³ de capacidade, duplo comando de válvulas no cabeçote, válvulas radiais e refrigeração líquida. Produz 144,2 cavalos de potência máxima a 10.300 rpm e torque máximo de 11,2 kgfm a 8.100 rpm. É potência suficiente para rodar em alta velocidade -- a máxima divulgada é de 265 km/h -- e força o bastante para empinar a roda dianteira até mesmo em terceira marcha.

Graças à embreagem deslizante e ao controle de tração com oito níveis de ajuste, toda essa brutalidade está um pouco mais controlável. Um pouco. O modelo conta ainda com dois mapeamentos do motor: Sport e Rain, este último muito útil em situações de piso molhado. Mesmo assim, se você exagerar na dose ao acelerar pode apostar que verá o painel mais de perto, já que a Brutale empina facilmente, em função de sua curta distância entre-eixos e a brutalidade do motor. 

Mas o que impressiona muito na Brutale 1090 RR são os sistemas de suspensão e de freios, ambos dignos de superbike. Na dianteira, a suspensão invertida Marzocchi com tubos de 50 milímetros e 130 mm de curso são totalmente ajustáveis na compressão, retorno e pré-carga da mola. Com acerto bastante rígido, permite abusar nas curvas em uma pista. Já na traseira, o amortecedor Sachs fixado no belo monobraço cumpre sua função de manter a roda traseira no chão, com a ajuda do controle de tração.

FICHA TÉCNICA: MV Agusta Brutale 1090RR

Motor:Quatro cilindros em linha, 1.078 cm³, 16 válvulas, DOHC, com refrigeração líquida.
Potência máxima:144,2 cv 10.300 rpm.
Torque máximo:11,2 kgfm a 8.100 rpm.
Câmbio:6 velocidades.
Alimentação:Injeção eletrônica Magnetti Marelli com corpo Mikuni.
Quadro:Treliça em cromo-molibdênio.
Suspensão:Dianteira do tipo telescópica invertida (upside-down) Marzocchi com 50 mm de diâmetro e 130 mm de curso e ajuste de pré-carga da mola, retorno e compressão.

Traseira por monoamortecedor Sachs fixado ao monobraço traseiro por link, com curso de 120 mm e ajuste de pré-carga da mola, retorno e compressão.
Freios:Dianteiro com duplo disco flutuante de 320 mm e pinças monobloco Brembo de quatro pistões fixadas radialmente.

Traseiro com disco simples de 210 mm e pinça de quatro pistões.
Dimensões:2.093 mm (comprimento), 760 mm (largura), 830 mm (altura do assento ao solo); 1.438 mm (entre-eixos). Altura não informada.
Peso:190 kg a seco.
Tanque:23 litros.

Já os freios, diferenciados na versão RR, contam com mangueiras em malha de aço (Aeroquip) e duplo disco flutuante com 320 mm de diâmetro, com pinça do freio monobloco Brembo e fixação radial. Na traseira, disco único de 210 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões. Mesmo no uso mais esportivo na pista, não demonstraram fadiga. Pelo contrário, mostraram que são exageradamente potentes para parar a Brutale. Em alguns momentos devido ao baixo peso da moto, 190 kg, frenagens mais radicais levantaram a roda traseira.

Para controlar a brutalidade dessa MV Agusta, o piloto vai bem inclinado, quase encaixado ao tanque, que é desenhado com este propósito. As pedaleiras recuadas contribuem para a sensação de se vestir a Brutale. Nada que prejudique o conforto: o guidão convencional proporciona a natural posição de pilotagem das nakeds, enquanto o quadro tipo treliça é feito em aço cromo-molibdênio, garantindo rigidez e estabilidade necessárias, além de contribuir para o baixo peso do conjunto. 

IMPECÁVEL
Além do desempenho, outra característica da MV Agusta Brutale 1090RR que chama a atenção é seu acabamento. Desde as manoplas, construídas em um material especial mais macio e com a inscrição MV, passando pelo reservatório do fluído de freio e pisca-alertas integrados aos retrovisores, exclusividade da Brutale em sua versão RR.

Destaque também para o farol, que manteve seu formato ovalado, mas traz agora oito LEDs que criam o efeito de linha luminosa, característica já comum em automóveis mais caros. A rabeta traz a lanterna em LEDs embutida e as alças da garupa incorporadas, tendência utilizada também pela Honda na linha Hornet e CB1000R.

As cores -- preta e branca e vermelha e prata -- também são de muito bom gosto. No teste, porém, pilotamos motos de outras cores, vendidas apenas no mercado europeu. 

O painel de instrumentos da 1090RR é compacto, mas traz todas as informações necessárias: indicador de marcha, nível de combustível, velocímetro, botão de emergência, temperatura da água, cronômetro e configuração de mapeamento do sistema de injeção eletrônica.

Mesmo nacionalizada, já que é montada em Manaus (AM) pela Dafra, a MV Agusta Brutale 1090RR vendida aqui no Brasil cobra muito caro. Para ter alto desempenho e excelente acabamento, é preciso desembolsar R$ 64.000. O valor está acima do praticado por concorrentes, embora o desempenho da moto italiana também se coloque acima da média em diversos aspectos. Assim, se o dinheiro estiver sobrando na conta, a Brutale 1090RR é, definitivamente, uma boa opção. (por Arthur Caldeira)

* Viagem a convite da fabricante