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Salão de Motos de Milão mostra o futuro do segmento de duas rodas

O evento apresenta lançamentos como a Ducati Panigale e ocupa uma área de 58.200 m² - Arthur Caldeira/Infomoto
O evento apresenta lançamentos como a Ducati Panigale e ocupa uma área de 58.200 m² Imagem: Arthur Caldeira/Infomoto

Da Infomoto

Em Milão (Itália)*

11/11/2011 17h27

Em sua 69ª edição, o Salão Internacional de Motocicletas (EICMA 2011), realizado em Milão, na Itália, mostrou números superlativos e lançamentos que deixarão muito motociclistas ansiosos para que os novos modelos comecem a ser comercializados no mercado internacional a partir do ano que vem. O EICMA reuniu em seus sete grandes pavilhões o que há de mais moderno do segmento de duas rodas, englobando motos, acessórios, peças ou serviços. Ao todo, o Salão de Motos de Milão, que acontece na Fiera di Milano -- Rho até o próximo domingo, 13 de novembro, ocupa 58.200 metros quadrados, área que foi dividida entre quase 1500 marcas, representando 43 países. Grande parte desse espaço é ocupado por mais de uma centena de novos modelos e atualizações de produtos.

Mas para um salão de motos ser completo precisa oferecer também atrações e entretenimento. Entre um estande e outro era fácil encontrar lendas vivas de esporte a motor como, por exemplo, Giacomo Agostini e Kevin Schwantz, além de Antonio Cairoli, atual campeão mundial de Motocross. Vale destacar ainda que várias marcas, entre elas, Ducati, Honda, Gilera prestaram homenagens ao piloto italiano Marco Simoncelli, que faleceu recentemente durante a etapa da MotoGP na Malásia.

Em 80 mil metros quadrados disponíveis na área externa, o EICMA monta todo o ano o "Moto Live", que oferece várias atividades como provas de velocidade, gincanas e test-drives. Este ano também o Salão de Milão reeditou o "The Green Planet", espaço no qual são expostos veículos amigos do meio ambiente. Uma das grandes novidades deste ano foi a organização do "EICMA Custom", uma grande área de um dos pavilhões dedicada aos apaixonados por personalização. O espaço contou com a participação de customizadores de todo o mundo que em traduzem em aço e cores sua paixão pelo mundo das duas rodas e também por um estilo de vida diferenciado.

Quase todos os principais fabricantes de motos, peças e acessórios estão presentes ao EICMA 2011. Apesar da crise que ronda toda a Europa, as montadoras estão investindo massivamente no desenvolvimento de produtos cada vez mais modernos, bonitos e seguros. É por estas e outras que o Salão Internacional de Motos é considerado o maior, melhor e mais conceituado do mundo.

Confira abaixo os principais lançamentos do Salão Internacional de Motos de Milão divididos por marca:

Ducati -- A Ducati apresentou a nova geração de suas motos superesportivas: a 1199 Panigale traz, além de um motor V2, mais potente (com 195 cv), um chassi monocoque feito em alumínio e pesando apenas 4,5 quilos. Segundo Claudio Domenicali, diretor geral da marca, a Panigale vem para quebrar os paradigmas da própria Ducati no que se refere a superesportivas: "deixamos de lado o quadro em treliça, que era nossa marca registrada, para apostar em uma nova tecnologia". Para tanto, a fábrica italiana dotou a 1199 Panigale com muita tecnologia embarcada, que vai desde os freios ABS até um moderno sistema de gerenciamento do motor que ajusta a entrega de potência, o controle de tração e a suspensão da moto.

MV Agusta -- Já a marca de Varese encontrou uma forma de popularizar seus "mitos". Apresentou no Salão de Milão os modelos Brutale 675 (naked) e F3 675 (esportiva) em suas versões definitivas. Ambas são equipadas com motores de três cilindros em linha e 675 cm³ de capacidade cúbica, mas sem perder a filosofia de "moto arte". Tanto a Brutale e a F3 seguem as linhas de suas irmãs maiores, porém mais acessíveis, tanto na pilotagem quanto no custo final. Os preços, na Itália, variam entre 8.990 euros (Brutale 675) e 11.990 (F3 675).

BMW -- Como era esperado, a marca alemã fez sua estreia no segmento de maxi-scooters em Milão. Apresentou dois modelos: o C 600 Sport e o C 650 GT. Os dois são dotados de motores de dois cilindros de 647 cc e 60 cavalos de potência máxima. A diferença está em sua proposta: o C 600 Sport é voltado a quem busca um scooter mais esportivo, enquanto a versão 650 GT tem banco mais confortável, parabrisa maior e alguns detalhes que justificam o sufixo GT de grã-turismo. A fábrica bávara também mostrou a G650GS versão Sertão, que teve sua pré-estreia no Salão Duas Rodas em São Paulo, mês passado; a nova superesportiva S 1000RR com modificações ciclísticas e eletrônicas, além de uma versão Rallye da R 1200GS.

Honda -- Entre várias novidades, o destaque da Honda ficou por conta da nova família NC 700, disponíveis nas versões naked "S" e na versão trail "X", que trazem um compartimento porta-capacete, no lugar do tanque de combustível. As motos estão equipadas com um novo motor bicilíndrico em linha, SOHC, 669,6 cm³ e refrigeração líquida. A potência varia entre 48 e 51 cv de potência máxima. Com opcional, os modelos poderão contar com o sistema de freios C-ABS. No caso específico da naked NC 700 S, a moto pode receber a segunda geração da Transmissão de dupla embreagem (DTC).

A big-trail Crosstourer, protótipo apresentado em 2010, ganhará as ruas e estradas a partir da primavera europeia. A nova big-trail da marca japonesa está equipada com o mesmo motor da VFR 1200F, ou seja, um quatro cilindros em "V" de 127 cv de potência máxima, transmissão de dupla embreagem e freios C-ABS. Para finalizar, a Honda apresentou o Integra, um modelo que traz a mecânica e a ciclística de uma moto, com o conforto e a praticidade de um scooter de roda de 17 polegadas e pneus largos. Visualmente, a Integra segue o mesmo padrão estético da VRF 1200F. A superesportiva CBR1000RR também foi mostrada ao público pela primeira vez.

Kawasaki -- A Casa de Akashi retorna ao mercado das big-trails com a Versys 1000, única do segmento equipada com motor de quatro cilindros em linha, duplo comando no cabeçote (DOHC) 1.043 cm³, 16 válvulas, que gera 119 cv de potência máxima. Robusta, a Versys 1000 conta com um tanque de combustível de 21 litros. A moto traz ainda controle de tração e freios com sistema ABS de série. Outros destaques da marca japonesa foram as novas versões da ZZR 1400 e da ER-6f e ER-6n.

Yamaha -- A marca dos três diapasões trouxe para o Salão de Milão a renovação de dois de seus modelos que são sucesso de vendas em todo o mundo: o scooter TMax e a superesportiva YZF-R1. A grande novidade desta superbike é a adoção de uma eletrônica mais avançada como, por exemplo, o controle de tração. Em comemoração aos 50 anos de participação nos campeonatos de motovelocidade, a marca japonesa irá produzir uma série limitada da R1 em suas cores vermelha e branca de competição. Já o maxi scooter TMax foi revigorado esteticamente. Mecanicamente ganhou mais força e potência do motor bicilíndrico de 530 cm³. Além de conforto e fácil condução, a nova versão do TMax 530 ganhou para brisa regulável.

Triumph -- Com a Tiger Explorer 1200, a marca inglesa terá, definitivamente, uma motocicleta para brigar em condições de igualdade com a BMW R 1200 GS e Yamaha XTZ 1200 Super Ténéré. O modelo está equipado com um motor de três cilindros em linha, que gera 140 cv de potência máxima. Como diferenciais, a Explorer 1200 conta com rodas de liga leve, banco em dois níveis e faróis de milha. Outro destaque da Triumph é a versão "R" de sua naked mais famosa. A Speed Triple R ganhou um design mais arrojado, suspensão Öhlins e freios Brembo com melhores especificações.

Husqvarna -- Pertencente ao Grupo BMW, a Husqvarna vem reposicionando a marca a cada ano. Com novos modelos arrojados, visando cativar o público mais jovem, que não abre mão de estilo e bom desempenho. Mix entre naked e supermotard, a Nuda foi mostrada em duas versões (Nuda e Nuda R). O modelo traz motor de dois cilindros paralelos, derivado da F 800 R, de 898 cm³, capaz de oferecer 100 cv de potência máxima. Esguia, leve (174 KG) e potente, com certeza, o modelo oferecerá bastante desenvoltura para rodar pelas avenidas, ruas e corredores estreitos dos grandes centros. Como diferencial, o modelo "R" traz várias peças em fibra de carbono e suspensões mais esportivas.

KTM -- A fábrica austríaca expôs duas grandes novidades em seu estande. A consagrada Duke 690 foi totalmente reformulada e seu motor LC4 foi revisado para manter-se como o monocilíndrico mais potente da categoria: 70 cavalos. Já a Freeride 350 é uma versão mais acessível da enduro EXC 350: o motor oferece mais torque em baixos giros e a altura do banco é reduzida. Segundo Thomas Kruff, engenheiro da KTM, a proposta da Freeride é ser uma moto amigável para os trilheiros que não buscam competir, apenas pilotar no fora-de-estrada.

Suzuki -- Sem nenhuma revolução, mas com importantes refinamentos ciclísticos, a Suzuki mostrou o modelo 2012 da sua superesportiva de um litro: a GSX-R 1000. De acordo com a fábrica de Hamamatsu, a nova 1000 está ainda mais esportiva e ágil, seguindo as mudanças que as irmãs menores de 600 e 750cc receberam nos últimos anos. Esteticamente nota-se agora uma saída de escapamento única, localizada no lado direito da moto. (por Arthur Caldeira e Aldo Tizzani)

* Viagem a convite da organização do evento