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BMW K 1600 GTL mostra como é a primeira classe sobre duas rodas

Por R$ 108.500, modelo traz muito conforto ao piloto e garupa - Divulgação
Por R$ 108.500, modelo traz muito conforto ao piloto e garupa Imagem: Divulgação

Da Infomoto

15/04/2011 13h00

Seria uma heresia com os engenheiros alemães, mas não estaria exagerando ao afirmar que a nova BMW K 1600 GTL oferece o conforto digno de um carro de luxo. Além do espaçoso banco, malas laterais e top case de série com capacidade para 115 litros, o modelo GTL tem completo sistema de navegação Garmim (ausente em muitos carros vendidos por aqui, inclusive de luxo, diga-se de passagem), banco e manoplas aquecidas e traz ainda o sistema de faróis direcionais, inédito em motocicletas.

Feita para longas viagens com muito conforto, quase como a primeira classe de um avião, a GTL cobra (caro) por isso. O modelo deve chegar ao Brasil em junho em uma versão completa, ou seja, com todos os opcionais, acessórios e mimos, por R$ 108.500 (R$ 10.000 a mais que o modelo GT).

Além de mais equipada, a GTL diferencia-se do modelo GT principalmente pela posição de pilotagem. Com pedaleiras mais avançadas e baixas e um guidão mais largo, na GTL o motociclista vai mais ereto e ainda mais confortável -- como se estivesse sentado no sofá de casa. Outra diferença, bem de acordo com a proposta mais touring da GTL, é o tanque com maior capacidade: 26,5 litros.

1600 GTL CONTRA GOLD WING

  • Divulgação

    Acima, a rival Honda GL 1800 Gold Wing 2012

    Por mais que os engenheiros da BMW neguem, é impossível não pensar que a K 1600 GTL veio para brigar de frente com a Honda GL 1800 Gold Wing, sucesso de vendas nos Estados Unidos. Afinal, ambas trazem motores de seis cilindros -- em linha na moto alemã e opostos na japonesa. Já nesse quesito a BMW ganha de longe: são 160 cv contra 118 cv da Honda. E a Gold Wing é mais pesada: 381 kg a seco contra 348 kg em ordem de marcha na BMW.

    Apesar de trazer air-bags, a Honda Gold Wing perde para a K 1600 GTL em diversos itens de conforto. Basta dizer que o modelo japonês traz um antiquado sistema manual de ajuste do para-brisa.

    Mas o preço da Gold Wing, atualmente à venda no Brasil, é inferior: R$ 92.000. (AC)

TECNOLOGIA
Mas as diferenças não param por aí. Apesar de equipada com o mesmo motor de seis cilindros em linha, 1.649 cm³ de capacidade e 160 cavalos de potência, os três modos de gerenciamento do propulsor -- Rain, Road e Dynamic -- atuam de forma diferente do modelo GT. Segundo Gerhard Müller, gerente do projeto, as respostas na GTL são ainda mais suaves. “Fizemos de acordo com a proposta do modelo, mais suavidade e conforto para longas viagens”, explicou Müller.

As suspensões da GTL também têm acertos distintos. Tanto para suportar o maior peso -- a GTL pesa 348 kg em ordem de marcha, enquanto a GT, 319 kg -- como para oferecer mais conforto para piloto e garupa. Mas de qualquer forma, você não vai precisar se preocupar com isso: ela conta com a segunda geração do Electronic Suspension Adjustment (ESA II). Um ajuste eletrônico da suspensão que, por meio de um clique, permite regular a pré-carga da mola, o retorno e a compressão do conjunto. Pode-se optar por nove acertos diferentes: os modos Normal, Sport, Comfort regulam a velocidade de retorno e compressão; já a pré-carga da mola pode variar em três estágios: somente para piloto; piloto e bagagem; e piloto e garupa.

A lista de apetrechos eletrônicos para tornarem a vida do piloto mais fácil é quase infinita: controle de tração para evitar derrapagens, freios com sistema ABS, controle da pressão dos pneus, Cruise Control (piloto automático)... . Isso sem falar no completo sistema de navegação integrado ao painel da moto, que pode ser acessado pela tela touch screen ou ainda pelo punho esquerdo. Sem esquecer, é claro, do computador de bordo, que só falta trazer a previsão do tempo. O restante está tudo lá: consumo instantâneo, consumo médio, e autonomia. Para se ter uma idéia da tecnologia da moto, o sistema de navegação acessa os dados do computador de bordo e já pode indicar no mapa onde abastecer para não ficar sem combustível.

A BMW ainda inovou na GTL com o inédito sistema de faróis direcionais em motocicletas. Além de regular a altura do facho de luz levando em conta a carga sobre a motocicleta, direciona o facho em curvas tornando a pilotagem noturna ainda mais segura. E pasmem, oferece ainda a opção de escolher se está rodando na mão direita, caso do Brasil, ou, na mão esquerda, como na Inglaterra, África do Sul ou Japão.

CONFORTO
Assim como a eletrônica embarcada, não faltam itens de conforto na BMW K 1600 GTL. A começar pelo para-brisa ajustável eletronicamente (item ausente em sua principal concorrente, leia no quadro acima). Basta tocar um botão e regular a altura da bolha de forma a desviar o vento. Simples assim.

Os aquecedores de manopla e bancos podem parecer inúteis para rodar no verão brasileiro, mas experimente viajar para as serras gaúchas durante o inverno... . E certamente sua garupa vai gostar da idéia de poder regular o aquecimento de seu banco de forma independente, evitando manjadas discussões sobre a temperatura -- na tela de cristal líquido, um indicador aponta qual banco está aquecido ou não.

Mas talvez a discussão seja sobre quem vai ocupar os 115 litros de capacidade -- 33 l em cada mala lateral e mais 49 l no top case que tem até amortecedor, iluminação interna e brake-light. Tanto espaço torna a GTL uma station wagon das motos (exagerando, é claro). Todos os três compartimentos podem ser facilmente removidos da moto e levados para o quarto de hotel. Se preferir deixá-los na moto, não há problema: a GTL conta com um sistema de travas elétricas acionáveis por meio de um botão no punho ou até mesmo pelo chaveiro de alarme.

Completando o pacote de conforto, a K 1600 GTL traz um sistema de som com entrada para MP3 e iPod com alto-falantes independentes para a garupa. Um acessório opcional ainda permite a conversa entre os dois “tripulantes” da motocicleta por meio do sistema Bluetooth. (por Arthur Caldeira)

FICHA TÉCNICA: BMW K 1600 GTL

Motor:Seis cilindros em linha, 1.649 cm³, quatro válvulas por cilindro e refrigeração líquida.
Potência máxima:160 cv a 7.750 rpm.
Torque máximo:17,85 kgfm a 5.250 rpm.
Diâmetro e curso:72 mm x 67,5 mm.
Taxa de compressão:12,2:1.
Câmbio:Seis marchas com transmissão final por eixo-cardã.
Alimentação:Injeção eletrônica BMS-X, partida elétrica.
Quadro:Tipo ponte construído em liga-leve.
Suspensão:Dianteira Duolever com dois braços longitudinais e um conjunto mola-amortecedor com 115 mm de curso eletronicamente ajustável; traseira Paralever com monobraço traseiro e mola-amortecedor central com 135 mm de curso eletronicamente ajustável.
Freios:Dianteiro a disco duplo de 320 mm de diâmetro com pinça de fixação radial de quatro pistões com sistema ABS; traseiro a disco simples de 320 mm de diâmetro com pinça de dois pistões fixos e sistema ABS.
Pneus:Metzeler Roadtec Z8 120/70-ZR 17 (dianteiro)/ 190/55- ZR17 (traseiro).
Dimensões:2.489 mm (Comprimento), 1.000 mm (largura), 1.618 mm (entre-eixos), 750 mm (altura do assento ao solo).
Peso:348 kg, em ordem de marcha.
Tanque:26,5 litros.

Infomoto usou luvas Dainese, jaqueta Dainese Racing D-Dry e capacete AGV Longway II