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Relembre 15 grandes sacadas e mancadas da Fiat em 40 anos

Do UOL, em Betim (MG)

09/07/2016 12h00

Ao longo de 40 anos de vida no Brasil -- data celebrada neste sábado (9) --, a Fiat se acostumou a exercer papel protagonista na indústria automotiva nacional. Para o bem e para o mal.

Nessas quatro décadas a fabricante italiana saltou de marca desconhecida e desprezada à condição de empresa que entende como poucas o gosto do consumidor brasileiro, sendo líder de mercado por 15 anos consecutivos. Difícil encontrar tal relação com o público de forma tão eficiente em outra empresa.

Também foi responsável por diversas inovações tecnológicas em nosso mercado, como o primeiro automóvel de produção movido a álcool e a adoção de motores com quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica multiponto.

Por outro lado, envolveu-se em problemas que afetaram sua imagem em determinados momentos e, inclusive, preconizaram o fim de ciclo de alguns produtos e a ineficiência em determinados segmentos: até hoje a marca se ressente por não emplacar, por mais de uma geração, um modelo médio.

UOL Carros seleciona momentos icônicos da montadora no país, por ordem cronológica. Confira e comente:

  

História da Fiat em 15 tópicos:

  • 1976 - inauguração e chegada do 147

    Em 9 de julho é inaugurada a fábrica de Betim (MG), com presença do presidente mundial da Fiat, Giovanne Agnelli. Primeiro modelo a ser produzido foi o 147, que inaugurou a tradição dos veículos nacionais com motor dianteiro transversal. Dele surgiu uma família com sedã (Oggi), perua (Paronama), furgão (Fiorino) e picape (147 Pickup). Vendeu mais de 700 mil unidades em 11 anos de vida, mas teve a reputação atrapalhada por problemas de transmissão e correia dentada. Leia mais

  • 1979 - o primeiro carro movido a álcool

    Em meio à crise do petróleo, o governo militar resolveu apostar no Proálcool, um programa que visava a reduzir a dependência brasileira do combustível fóssil. O 147 foi o primeiro carro de produção movido a etanol, na configuração 1.3. Leia mais

  • 1984 - surgimento do Uno

    Com a necessidade de renovar a gama -- o 147 e seus derivados já haviam chegado ao limite de evolução --, a Fiat lançou em 1984 o Uno, compacto criado por Giorgetto Giugiaro e que estabelecia novas proporções aos compactos brasileiros -- teto mais altinho e segundo volume recuado. Com o tempo vieram os derivados Prêmio (sedã), Elba (perua), Fiorino (furgão) e Trekking (picape).

  • 1990 - Uno abre onda do "carro mil"

    Em agosto de 1990, o então presidente Fernando Collor de Mello anunciou um plano de redução tributária para veículos entre 800 e 1.000 cc. Estava aberta a porteira para a popularização de um segmento que se tornaria febre em nosso mercado: o dos carros "mil". A estratégia, na verdade, fora feita sob medida para a grande novidade que a Fiat lançaria apenas dois meses depois: o Uno Mille.

  • 1993 - Tempra 16 válvulas

    Embora fosse visualmente arrojado, o Tempra 2.0 8V não empolgava tanto assim em desempenho. Para deixá-lo mais esperto, a Fiat lançou em 93 uma configuração 2.0 com 16 válvulas, inaugurando em nosso mercado a cultura do motor com quatro válvulas por cilindro e injeção eletrônica multiponto. O Tempra 16V gerava 127 cv e 18,4 kgfm, indo de 0 a 100 km/h em 10,5 segundos e atingindo velocidade máxima de 202 km/h.

  • 1995 - escândalo de emissões

    Num caso muito parecido com o atual dieselgate da Volkswagen, o governo federal descobriu que 300 mil unidades do Fiat Uno estavam em desacordo com a recém-estabelecida legislação de emissões, conhecida como Proconve. A pena: multa de US$ 10 para cada carro envolvido. Por conta disso, mesmo tendo dotado toda a gama do hatch com ignição eletrônica já em 95, a Fiat decidiu manter o uso de catalisadores em seus carros até o fim dos anos 90.

  • 1995 - Tipo que "pegava fogo"

    Nesse mesmo ano, consumidores descobriram que unidades do Tipo pegavam fogo, devido a uma falha da mangueira da direção hidráulica (que sucumbia à pressão de esterçar totalmente o volante). A fabricante chegou a contestar decisões judiciais contrárias e tentar jogar a culpa nos proprietários. Quando se viu sem saída, enfim fez um recall para trocar as peças defeituosas. Como resultado, o Tipo, que recentemente passara de importado a nacionalizado, perdeu o prestígio que tinha e acabou sendo retirado de mercado pouco tempo depois.

  • 1996 - nasce o Palio e sua família

    Mais um compacto nasceu, o Palio, a fim de comemorar 20 anos de operações no Brasil e seguir as tendências visuais de VW Gol "bolinha" e Chevrolet Corsa. Como era posicionado acima do Uno, pôde receber alguns mimos, sendo o primeiro compacto nacional a contar com airbag de motorista e freios com assistência ABS (antitravamento). Nos anos seguintes surgiram os derivados Strada (picape), Siena (sedã) e Palio Weekend (perua hoje conhecida só como Weekend).

  • 2001 - líder pela primeira vez

    Após árdua e lenta escalada, a Fiat enfim se tornou líder de vendas no mercado brasileiro. Com 411.812 unidades comercializadas no varejo, bateu a GM, então primeira colocada, e iniciou um período de 15 anos consecutivos sendo a marca mais vendida do país (somando automóveis e comerciais leves). Em 2016 periga perder o posto novamente para a Chevrolet: comercializou 143.741 veículos no primeiro semestre, contra 157.499 da rival.

  • 2005 - a derrota na primazia flex

    A batalha para conseguir lançar no mercado modelos com motorização bicombustível, capazes de aceitar tanto gasolina quanto etanol, foi vencida pela Volkswagen em 2003, com o lançamento do Gol TotalFlex. A Fiat correu atrás do prejuízo e apresentou, em 2005, o motor 1.0 Fire flex, que passou a equipar Palio, Uno Mille e Siena. Pouco depois o Fire de 1,4 litro também recebeu a tecnologia.

  • 2006 - o estranho Siena TetraFuel

    Aproveitando a tecnologia importada argentina, a Fiat fez uma arrojada (embora frustrada, visto que não pegou no mercado) aposta com o Siena TetraFuel, versão 1.4 flex capaz de beber a gasolina comum brasileira, gasolina pura (tal qual na Argentina), etanol e até gás natural. Apesar de pouco lembrado, foi mantido em linha até o ano passado.

  • 2008 - Stilo e o eixo problemático

    Era para ser um ano de destaque para o Stilo: em janeiro ele estreou na gama a transmissão automatizada Dualogic, que logo seria espalhada para quase todos os modelos da marca. Entretanto, em agosto, o Ministério da Justiça entrou com processo contra a Fiat porque uma falha no eixo traseiro do hatch médio havia gerado pelo menos oito acidentes no Brasil, sendo um com ferimentos graves para uma criança. Após dois anos de batalha, o governo determinou, em março de 2010, multa de R$ 3,2 milhões e recall para mais de 50 mil veículos envolvidos. Leia mais

  • 2010 - Uno e Palio passam o bastão

    Entre 2010 e 2011 a Fiat viveu um período de troca de ciclos. Primeiro foi o Uno, que chegou à segunda geração e deixou ao velho Uninho o papel de sobreviver só como "Mille", em versões 1.0 pé-de-boi. O mesmo ocorreu, um ano mais tarde, com o Palio: a nova geração veio para conviver com a primeira, rebatizada de Palio Fire e oferecida até hoje no mercado. Leia mais

  • 2013 - Nova legislação mata o Mille

    Fiat e Volkswagen (especialmente esta última) bem que tentaram forçar uma postergação, mas a lei que obriga o uso de airbags frontais e freios ABS em todos os carros produzidos no Brasil, a partir de 2014, entrou de fato em vigor e forçou o fim de vida, após praticamente 30 anos, do velho Mille. Para se despedir do pequeno hatch a fabricante lançou, em dezembro de 2013, o Grazie Mille, edição especial de despedida limitada a 1.000 unidades. Leia mais

  • 2016 - Toro vem para elevar patamar

    Ano do lançamento da Toro, modelo responsável por: marcar a entrada em um novo segmento (o de picapes compactas-médias); estabelecer um novo padrão visual e de equipamentos da marca; e reforçar a aliança da Fiat com a Chrysler, visto que a Toro compartilha plataforma e boa parte de sua mecânica com o Jeep Renegade e com o futuro substituto do Compass. Leia mais