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Três perguntas que você deve se fazer antes de comprar uma moto maior

Honda CB 500F é exemplo de um modelo de maior porte mais "racional" que "emocional" - Divulgação
Honda CB 500F é exemplo de um modelo de maior porte mais "racional" que "emocional" Imagem: Divulgação

Roberto Agresti

Colaboração para o UOL

31/07/2017 12h27

Trocar street urbana por modelo mais potente envolve emoção, cabeça e bolso. Veja dicas para acertar na escolha

A primeira moto a gente nunca esquece. É com ela que rompemos as barreiras do desconhecimento, percorrendo o caminho que do "beabá" do guidão nos levará à segurança de enfrentar modelos maiores, que exigirão mais de nossa habilidade -- e também do nosso bolso.

Esta evolução no mundo das duas rodas exige juízo e muito bom senso. Ao decidir sair de uma street de 100 a 300 cc para uma máquina de maior porte, o motociclista precisa encarar o espelho e se fazer ao menos três perguntas fundamentais:

1) O que eu quero?
2) O que eu posso?
3) Do que eu preciso?

Respondidas estas questões de maneira sincera, a aquisição certamente preencherá suas necessidades e evitará decepções. Com certeza a dúvida mais difícil é a primeira, pois em boa parte envolve a emoção, um fator que não é exatamente simples de ser administrado.

O que eu quero?

Mais do que qualquer outro tipo de veículo, as motocicletas têm poder de mexer com os sentimentos. É exatamente nesta característica que está a graça delas. Quem não gosta ou não se interessa por motos tem dificuldade de entender este aspecto tão evidente para os motociclistas. Concordam?

Quem gosta de motocicletas sempre querer o máximo. Felizmente as opções no Brasil são atualmente fartas: há modelos para todos os gostos e bolsos. O maior problema talvez esteja justamente nessa "fartura".

Quem cede à tentação de escolher uma moto baseado só no desejo acaba, quase que invariavelmente, por quebrar a cara (ou, melhor dizendo, a conta bancária).

O que eu posso?

Como sonhar não custa, mas tornar realidade os sonhos realidade sim, a questão nº. 2 surge para ajudar definir o impasse e, muitas vezes, devolver o comprador à dura realidade de suas possibilidades financeiras.

Uma das mais clássicas polêmicas é sobre a opção entre uma moto usada mais potente e glamourosa ou uma zero-quilômetro mais simples, porém menos rodada. Vale comprar uma 600 cc de quatro cilindros e ronco estupendo com 40 mil km no hodômetro ou uma 500 cc mais nova e menos emocionante?

Resolver este "braço de ferro" entre coração e razão exige equilíbrio. É aí que vale a grande dica: a realidade do bolso é sempre o melhor caminho.

Uma moto usada exigirá mais manutenção, especialmente se tiver motor mais sofisticado. Além disso, por mais que o som seja lindo, é simplesmente impossível (e é assim que realmente deve ser) desfrutar do desempenho puro de uma máquina dessas dentro da cidade, certo?

Do que eu preciso?

Este raciocínio realista leva à última questão. Se o uso premia apenas aspectos práticos, tipo o ir e vir do trabalho, pule a parte da emoção e opte pela simplicidade e resistência de um modelo mais pacato, mas que te deixará menos íntimo da oficina e também do posto de combustível.

Agora, se o que você quer é uma motocicleta puramente para lazer, como em viagens de final de semana ou até track days, aí vale o investimento.

Enfim, para subir o degrau que te leva das utilitárias urbanas às máquinas de 500 a 750 cc é preciso consultar sua alma, seu bolso e seu atual momento de vida. Com certeza uma resposta bem pensada ao trio de perguntas proposto vai afastar o perigo do arrependimento, e aumentar bastante as suas chances de ser feliz com sua máquina.