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Fernando Calmon

Toyota acerta estratégia geral com Yaris, mas vacila em alguns detalhes

Colaboração para o UOL

14/06/2018 04h00

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Colunista analisa virtudes e vacilos da nova família de compactos, que chega para ocupar espaço entre Etios e Corolla

Apesar de grande avanço dos SUVs, crossovers e versões aventureiras no Brasil, os hatches e sedãs dos segmentos A e B ainda representam 60% das vendas totais de veículos de passageiros, excluídas as picapes de cabine simples e dupla.

Nesse contexto é preciso muita atenção das fabricantes para melhorar participação de mercado e atender a maior massa de compradores.

Toyota completou a sua grade de produtos ao lançar a família Yaris e posicioná-la entre Etios e Corolla em termos de preço. Configuração de dois volumes vai de R$ 59.590 a 77.590, enquanto aquela com terceiro volume varia entre R$ 63.990 a 79.990,00.

Conforme antecipado por UOL Carros, hatch chega às concessionárias no fim do mês e o sedã, até 30 dias depois.

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Competitivo, mas não melhor

São preços alinhados aos lançamentos mais recentes, mas se comparados os respectivos equipamentos o modelo perde competitividade. Previsão é de 55% das vendas para o hatch e 45% para o sedã, com volume de até 6 mil unidades por mês no mercado interno. Câmbio manual (seis marchas) terá apenas 5% de participação. 

Yaris nacional é maior que o homônimo europeu e se baseia no modelo tailandês. Embora a fábrica informe que a arquitetura não se deriva do Etios sedã, a distância entre eixos é igual e as bitolas, praticamente as mesmas, bem como tanque de combustível de 45 litros (deveria ter no mínimo 50 litros).

Em relação ao Volkswagen Polo, por exemplo, o Yaris hatch empata em termos de espaço interno, enquanto a versão sedã perde para o Virtus, cuja distância entre eixos é 10 cm maior. Vantagem para o modelo japonês é o assoalho plano atrás, mas não há saída do ar-condicionado para o compartimento traseiro, item existente no rival.

Os porta-malas têm volume declarado de 310 e 473 litros, respectivamente para hatch e sedã, sendo um pouco menores que a média dos concorrentes (Honda City, 536 litros).

Analisando as minúcias

O estilo de ambos é moderno, sem exageros. Internamente também agrada pelo quadro de instrumentos fácil de ler e pela tela multimídia de 7 polegadas. Porém, a coluna direção continua com incômoda regulagem em altura tipo queda livre e sem ajuste de distância.

Materiais de acabamento do interior são razoáveis, embora os plásticos não agradem tanto ao toque. A tampa de material aglomerado sobre o estepe é um ponto falho. Macaco continua fixado sob o assento do motorista, como nos Etios.

A Toyota fez pequenos ajustes nos motores do Etios, utilizados também no Yaris. Ganharam 3 cv, passando o de 1,3 L para 101 cv (etanol) e o de 1,5 L para 110 cv (etanol). Desempenho é menor pois o novo modelo pesa em torno de 150 kg a mais. A diferença, no entanto, não chega a incomodar porque o novo modelo utiliza o mesmo câmbio automático, tipo CVT, de sete marchas virtuais (igual ao do Corolla).

O Yaris se destaca, em particular, pelo acerto das suspensões e pelo silêncio a bordo. Absorve muito bem as irregularidades da pavimentação, embora só estejam disponíveis rodas com aro de 15 polegadas, que garantem menos aspereza ao rodar em relação aos aros de 16 e de 17 polegadas.

Entre vários equipamentos de segurança inclui-se controle eletrônico de estabilidade de série. Há apenas dois airbags, salvo na versão de topo XLS, que oferece sete. Algo incongruente: faróis de neblina de série, porém luzes diurnas (DRL) são acessórios, mesmo na versão mais cara.

Roda Viva

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Imagem: Alta Roda
+Produção de veículos no mês passado foi entre 70 mil e 80 mil unidades menor que o programado, estima a Anfavea (associação nacional dos fabricantes) em razão da greve de caminhoneiros. Podem ser recuperadas nos próximos meses. Vendas também afetadas (menos 25.000), mas estoque total diminuiu apenas um dia, de 32 para 31 dias (maio contra abril). No acumulado, vendas 17% maiores em 2018.

+Citroën C4 Lounge impressiona pelo espaço interno, em especial no banco traseiro para pernas e cabeças. Há saídas de ar-condicionado atrás. Novo quadro de instrumentos, mais moderno, sofre com reflexos. Volante poderia ter diâmetro um pouco menor e porta-malas, um pouco maior. Ponto alto: motor turboflex de 173 cv (etanol) e câmbio automático de seis marchas.

+Porsche comemorou 70 anos do licenciamento do primeiro modelo, um 356, em 8 de junho de 1948, na Áustria, onde foi desenvolvido pelo filho de Ferdinand Porsche, criador do Fusca. Como o pai, ele também se chamava Ferdinand e logo recebeu o apelido Ferry. Hoje produz 250.000 carros por ano. Sua família controla o Grupo VW com a holding Porsche SE.

+Lei seca no Brasil, que proíbe motoristas de beber qualquer quantidade de álcool antes de dirigir, completa 10 anos em 2018. Segundo pesquisa da Escola Nacional de Seguros, desde a implantação, poupou 40 mil vidas e 235.000 pessoas de invalidez permanente em acidentes de trânsito. Mudou a mentalidade dos motoristas, inclusive dos mais jovens, sobre segurança.